Praias do Rio brilham em beleza com águas transparentes

Vivendo dias de Caribe, Guanabara foi abençoada com águas que podem ganhar um tom mais azul nos próximos dias
Praias do Rio estão com um visual diferente
Praias do Rio estão com um visual diferente/Reprodução/O GLOBO

Mar paradisíaco, com direito a arraias, cardumes e tartarugas, podem ser vistos no Caribe. E na Guanabara, no Rio de Janeiro, é possível?

Esta semana, a natureza usou da sua generosidade para presentear a Baía de Guanabara com águas que vão desde os tons mais fortes de azul com águas transparentes a tons de turquesa e esmeralda, o que se assemelha muito ao que se costuma ver nos mares do Caribe.

Habitualmente, os animais marinhos já fazem parte do cotidiano carioca, mas a água é bem difícil de ser vista. Cristalina, a água fez com que os banhistas deixassem a água na cintura para poder brincar com os peixinhos no Arpoador. Tartarugas poderiam ser vistas da Marinha da Glória, aos costões da Niemeyer.

O tempo seco, ventos e ondas trouxeram para a praia essa água limpa. Tudo no ponto certo, já que não chove desde o início do mês. Como o mar está calmo, a transparência se torna muito nítida, pois, com o mar mais agitado, não traz detritos, esgoto ou lixo.

Esse efeito Caribe trouxe um sem nenhuma nuvem, por conta do bloqueio atmosférico, que, segundo especialistas, consiste em um sistema de alta pressão que se forma na troposfera, camada inferior da atmosfera terrestre. Isso faz com que o ar se mova de cima para baixo, impedindo o avanço da umidade. Dessa forma, não há formação de nuvens e, portanto, não há chuva.

Desvio do Rio Carioca para o emissário submarino contribuiu para a limpeza das águas

A chuva quando aumenta muito a vazão dos rios, levam para o mar muito lixo e esgoto que, por consequência, são levados para dentro do mar. O tempo seco ajudou, pois não chove desde maio, portanto, a água está mais limpa, pois o esgoto foi direcionado para tubulação do interceptor oceânico e do emissário submarino.

Ventos de sul e sudoeste contribuíram muito para que fosse empurrada a água oceânica, bem mais limpa. O biólogo e documentarista marinho Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano, explica como aconteceu o fenômeno.


praia
Praia no Rio de Janeiro estão transparentes. (Foto: reprodução/G1)

Sem a chuva que já é de costume, os ventos sopraram livremente, pois com o bloqueio atmosférico que acometeu o Rio Grande do Sul e provocado secas no Sudeste e Centro-Oeste, os ventos do quadrante sul chegam sem frentes frias, que trazem a chuva.

De acordo com Flávia Lins de Barros, coordenadora do Laboratório de Geografia Marinha do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): “A transparência também se deve ao mar excepcionalmente calmo e sem ondas, o mar do Rio está maravilhoso, digno de ser chamado de paraíso. E um dos motivos é a falta de ondas, incomum nesta época. O mar está um espelho, quase nem espuma tem. A espuma atrapalha muito a visibilidade por remexer a areia e aumentar a turbidez da água“, diz Barros.

Se continuar sem chuva e o vento sudoeste voltar com força, trará mais água do oceano aberto, os tons esmeralda e azuis se tornarão arroxeados.

Fenômeno água-roxa

Termo usado por mergulhadores, este nome é usado, pois, nas áreas mais profundas, o azul intensifica-se, tornando as águas arroxeadas. Este fenômeno ocorre aos ventos que costumam trazer ondas grandes e mau tempo, prejudicando a visibilidade. Portanto, os banhistas vão curtir o Caribe dentro do Rio de Janeiro, pois até o fim de semana não terá chuva.

Por: Vania Santos

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