Ar seco na região central do Brasil, temperaturas acima de média e pouca chuva, é o cenário que está sendo ilustrado para este inverno que começa em 20/06. Com um outono caracterizado como quente e seco, a nova estação chega às 17h51, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), até 22 de setembro.
Embora a expectativa de que o inverno terá temperaturas altas, isto não quer dizer que não teremos dias frios, pois curtos períodos de frio devem ocorrer, com uma variabilidade térmica maior, inclusive.
“Teremos um inverno bem quente, assim como foi o outono. A tendência é de temperaturas acima da média nos três meses, especialmente com o Sudeste e Centro-Oeste com persistência de marcas acima do normal”, analisa Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.
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O outono deste ano foi acometido pelo fenômeno de contínuos bloqueios atmosféricos, que consiste em um sistema de alta pressão que se forma na troposfera, camada inferior da atmosfera terrestre. Isso faz com que o ar se mova de cima para baixo, impedindo o avanço da umidade. Dessa forma, não há formação de nuvens e, portanto, não há chuva.
Influência do fenômeno El Niño
O El Niño é a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS), ou seja, quando ele está em atuação, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos rigoroso. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves.
O ar se torna mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de chuva e está associado a períodos de secas.
El Niño foi responsável pelo aumento da temperatura recorde vista em abril e pelas fortes chuvas que ocorreram no Sul no mês de maio. Ele enfraqueceu ao longo desta mudança do outono para o inverno.
Ele acontece a cada dois a sete anos e sua duração é de, em média, 12 meses, provocando um aumento na temperatura da Terra.
Agora, um novo fenômeno vem para impactar o inverno: La Niña
Relatórios divulgados no dia 17/06 pela NOAA (Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos) apontam que o Oceano Pacífico se encontra neutro, pois não está sendo influenciado, por enquanto, nem pelo El Niño e nem pela La Niña.
Mesmo que ainda persista esta neutralidade aparente, já é possível notar que tendências de resfriamento em locais a leste do Pacífico, o que aponta a vinda do La Niña em breve.
Por: Vania Santos