A banda Linkin Park recentemente anunciou o retorno aos palcos com a cantora Emily Armstrong assumindo os vocais principais. No entanto, essa decisão gerou uma série de reações adversas, não apenas por parte de admiradores, mas também da própria família do falecido vocalista Chester Bennington. Susan Eubanks, mãe de Chester, em entrevista à revista Rolling Stone, expressou sua profunda decepção com a direção que o grupo tomou, especialmente ao não ter sido informada previamente sobre tal decisão.
“Eles sabiam que eu não ficaria feliz. Disseram que, caso fizessem algo, me avisariam, mas não o fizeram”, desabafou Susan. Ela ainda relembrou que, após a morte de Chester, encontrou-se com Mike Shinoda e Joe Hahn, membros fundadores da banda, e nada fora mencionado sobre uma possível nova formação ou projeto com a presença de outra vocalista.
A surpresa do retorno e o distanciamento do legado
O anúncio de Emily Armstrong como a nova voz do Linkin Park pegou Susan de surpresa. “Descobri no Google. Quando pesquiso algo, a primeira coisa que aparece é Linkin Park. Vi a notícia de um anúncio importante”, relatou, lembrando-se de ter assistido acidentalmente ao vídeo de apresentação de Emily, desligando rapidamente após ouvir uma nota aguda que, segundo ela, lhe causou desconforto.
A mãe de Chester também revelou um comentário anterior de Mike Shinoda, que havia dito ao filho que as músicas da banda soariam melhor com uma vocalista feminina. Para Susan, isso reforça a ideia de que estão tentando substituir o inigualável legado vocal de Chester, sem alcançar o mesmo êxito. “Não há ninguém no mundo que tenha a mesma voz que ele”, afirmou com pesar.
As críticas do filho de Chester Bennington
Jaime Bennington, filho do vocalista, também se posicionou publicamente contra a escolha de Emily Armstrong. Em suas redes sociais, Jaime criticou duramente a decisão de Mike Shinoda, apontando para a amizade de longa data entre Shinoda e Armstrong, o que, para ele, influenciou na escolha da nova vocalista. Ele ainda levantou questões sobre o envolvimento de Emily com a Cientologia e sua defesa de Danny Masterson, ator condenado por estupro.
Jaime foi além, acusando Shinoda de apagar o legado de Chester, especialmente em setembro, mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, uma causa particularmente sensível à memória de seu pai. “Tu traistes a confiança de décadas de admiradores e seres humanos que te apoiaram”, escreveu, acrescentando que esperava que Shinoda fosse uma força de mudança, mas agora o considera desconectado da realidade.
Reflexão final: A continuidade de um legado ou sua transformação?
Com a partida de Chester Bennington, a trajetória do Linkin Park se encontra em um delicado equilíbrio entre preservar seu legado e seguir adiante com novas direções artísticas. Contudo, o recente retorno com Emily Armstrong trouxe à tona debates profundos sobre a autenticidade dessa transformação, as implicações emocionais para os entes queridos de Chester e a responsabilidade de honrar a memória de um ícone que marcou a história da música. O futuro da banda, a partir desse ponto, carrega não apenas o peso de sua própria história, mas também as expectativas e a dor daqueles que ficaram para trás.