Embora tenha reconhecido a vitória de Donald Trump ainda antes do término da apuração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve adotar uma postura cautelosa no contato direto com o novo presidente eleito dos Estados Unidos. A expectativa é que Lula aguarde algumas semanas antes de telefonar oficialmente para Trump, provavelmente após a reunião de cúpula dos países do G20, que ocorrerá entre 18 e 20 de novembro, no Rio de Janeiro.
Diplomacia pragmática e relação Brasil-EUA
Conforme fontes diplomáticas ouvidas pela GloboNews, o telefonema de Lula seguirá a mesma linha das comunicações oficiais já emitidas pelo Itamaraty, reforçando uma postura de pragmatismo diplomático que Lula deseja consolidar ao longo do próximo governo estadunidense. Essa aproximação cuidadosa busca manter um bom relacionamento entre os dois países, alinhado aos interesses econômicos e geopolíticos de ambas as nações.
A ausência de Lula na posse: tradição diplomática
A cerimônia de posse de Trump, que ocorrerá em janeiro de 2025, não contará com a presença do presidente brasileiro. De acordo com diplomatas ouvidos pela TV Globo, é tradição nos Estados Unidos que chefes de Estado estrangeiros não participem da posse presidencial, sendo representados por diplomatas. Para essa ocasião, o Brasil será representado pela embaixadora Maria Luiza Viotti, que vem mantendo contato com membros do Partido Republicano.
Esse tipo de representação demonstra a seriedade com que as relações bilaterais são tratadas, bem como a adaptação aos costumes diplomáticos de cada nação. Viotti, veterana em negociações e conhecida por sua habilidade em manter diálogos construtivos, já havia estabelecido um canal de comunicação com republicanos antes mesmo da confirmação de Trump como presidente eleito.
Compromissos internacionais e alinhamento político
Com a posse de Trump ocorrendo a poucos meses de seu próximo mandato, a relação entre os dois países será um ponto de destaque nas agendas políticas de ambos. Lula já demonstrou interesse em uma diplomacia prática e, ao que tudo indica, seu governo deverá investir em pontes que favoreçam parcerias econômicas e políticas, mesmo em temas divergentes.
A ausência do presidente brasileiro na posse de Trump, ao invés de enfraquecer o relacionamento entre as nações, reafirma um compromisso com a prática diplomática e o respeito às tradições de cada país.