A Fórmula 1 oficializou nesta segunda-feira (25) a entrada da General Motors na categoria, sob o nome GM/Cadillac. A equipe se tornará a 11ª no grid a partir da temporada de 2026 e será também fornecedora de motores em 2028. Até lá, utilizará unidades da Ferrari nas temporadas de 2026 e 2027.
O anúncio marca o fim de uma longa novela que envolveu negociações e rejeições anteriores, incluindo a parceria da Cadillac com a Andretti.
Mario Andretti: um ícone do automobilismo como consultor da Cadillac
Mario Andretti, campeão mundial de Fórmula 1 em 1978 e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, foi confirmado como diretor da nova equipe. Em entrevista, ele expressou entusiasmo ao retornar ao paddock da F1, um ambiente que sempre considerou seu “lugar feliz”. Apesar de não atuar como executivo, Andretti desempenhará um papel consultivo, inspirado no modelo de Niki Lauda em sua época na McLaren, oferecendo insights sobre talentos e decisões estratégicas.
“Meu primeiro amor foi a Fórmula 1, e estar aqui novamente, agora como parte desse projeto, é algo que me deixa maravilhado. Estou aqui para ajudar nas grandes decisões e inspirar a equipe a alcançar as estrelas”, disse Mario.
Estratégia de pilotos: foco nos EUA e experiência
Assim que a nóticia saiu, a internet imediatamente levantou a bandeira para Felipe Drugovich, nosso piloto brasileiro que espera por sua chance a tempo demais. Existem rumores de que Drugovich, campeão da Fórmula 2 e atual piloto de testes da Aston Martin, pode finalmente estrear na Fórmula 1 em 2026 com a GM/Cadillac. O brasileiro, que já negociou com Williams e Sauber, tem uma relação prévia com a Cadillac, após competir com a equipe nas 24 Horas de Le Mans, uma competição de bastante prestigio no automobilismo, o que fortalece sua conexão com a nova escuderia.
Sua experiência como reserva na Aston Martin pode ser um diferencial importante para a GM/Cadillac, que busca construir uma equipe sólida. Embora ainda existam muitas variáveis até 2026, as chances de Drugovich integrar o grid são cada vez mais reais.
A nova equipe busca montar um elenco equilibrado. Andretti revelou que uma das vagas será destinada a um piloto dos Estados Unidos, sendo Colton Herta, atual vice-campeão da Fórmula Indy, um dos favoritos. Por outro lado, o time pretende contratar um piloto experiente para liderar o desenvolvimento inicial. Entre os cotados, destaca-se Valtteri Bottas, que deixará a Sauber ao fim da temporada.
“Queremos combinar juventude e experiência. Ter um talento dos EUA é prioridade, mas o segundo piloto precisa trazer bagagem e consistência para o projeto”, explicou Andretti.
Da rejeição ao acordo: o caminho até 2026
A trajetória da GM/Cadillac até a Fórmula 1 foi turbulenta. A candidatura inicial, liderada pela Andretti em parceria com a Cadillac, foi rejeitada no início de 2024 por não agregar valor bilateral à categoria. A negativa gerou polêmica e até uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA, que apurou possíveis práticas anticompetitivas por parte da Liberty Media, detentora dos direitos da F1.
Com o tempo, a General Motors decidiu seguir independente, reassumindo o projeto e recebendo apoio do presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem. Ele destacou que a entrada da GM é um marco para o crescimento do esporte nos EUA.
“Ter uma gigante como a General Motors na F1 é um avanço. Essa parceria trará valor significativo ao esporte e fortalecerá sua base americana,” afirmou Sulayem.
Bases operacionais e metas iniciais
A GM/Cadillac terá operações divididas entre Silverstone, no Reino Unido, e cidades dos Estados Unidos, como Indiana, Michigan e Carolina do Norte. A nova fábrica em Silverstone será o núcleo do desenvolvimento técnico, enquanto as sedes americanas darão suporte logístico e estratégico.
A equipe já iniciou os preparativos, incluindo a contratação de Pat Symonds, ex-diretor técnico da F1, e a construção de um carro para testes em túnel de vento. O objetivo inicial, segundo Andretti, será aprender e construir uma base sólida nas primeiras temporadas, sem expectativas de protagonismo imediato.
Impacto no grid: o retorno de 22 carros
A chegada da GM/Cadillac em 2026 marca o retorno de mais de 10 equipes ao grid após uma década. A última vez que isso ocorreu foi em 2016, antes da saída da Manor. Além disso, a entrada da GM coincide com a chegada da Audi, em parceria com a Sauber, e da Ford, que será fornecedora de motores.
O CEO da Liberty Media, Greg Maffei, celebrou o acordo, destacando o potencial de crescimento da F1 nos EUA: “A GM/Cadillac complementa nossa estratégia de expansão nos Estados Unidos. É uma adição importante ao grid, com capacidade de atrair novos fãs e fortalecer a marca.”
O futuro da GM/Cadillac
Com uma trajetória de altos e baixos até sua confirmação, a GM/Cadillac se prepara para transformar o grid da F1. A promessa é de inovação, competitividade e uma forte identidade americana, com Mario Andretti à frente como um símbolo de experiência e paixão pelo esporte. Enquanto isso, o paddock aguarda ansiosamente os próximos passos da equipe, que promete ser uma das grandes histórias da temporada de 2026.