Após mais de 10 anos do desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines, o governo da Malásia anunciou a retomada das buscas pelos destroços do avião, em uma tentativa de solucionar um dos maiores mistérios da aviação mundial. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) pelo ministro dos Transportes, Anthony Loke, que reafirmou o compromisso do país com as famílias das 239 pessoas que estavam a bordo.
A busca pelo encerramento
O voo MH370, um Boeing 777 que fazia a rota entre Kuala Lumpur e Pequim, desapareceu em 8 de março de 2014. Desde então, múltiplas investigações e buscas não conseguiram localizar a aeronave. Restos que se acredita pertencerem ao avião foram encontrados na costa africana e em ilhas do Oceano Índico, mas os destroços principais seguem desaparecidos.
“Nossa responsabilidade, obrigação e compromisso são com os parentes mais próximos”, afirmou Loke durante uma coletiva de imprensa. Ele destacou a importância de trazer respostas às famílias e expressou otimismo sobre as novas buscas: “Esperamos que desta vez seja positivo, que os destroços sejam encontrados e que um encerramento seja dado às famílias.”
Parceria com a Ocean Infinity
A nova tentativa será conduzida pela empresa de exploração submarina Ocean Infinity, a mesma responsável pela última busca realizada em 2018, que terminou sem resultados. O contrato prevê uma operação de até 18 meses e um pagamento de US$ 70 milhões, condicionado à localização substancial dos destroços.
A Ocean Infinity planeja explorar uma área de 15 mil km² no fundo do sul do Oceano Índico, baseada em novos dados revisados por especialistas. Loke afirmou que as informações foram avaliadas pela equipe técnica da Malásia, que as considerou confiáveis.
O modelo de contrato segue o princípio de “não encontrar, não pagar”, garantindo que a Malásia só terá custos caso os destroços sejam identificados e confirmados.
Um enigma sem respostas
O desaparecimento do MH370 ocorreu cerca de 40 minutos após sua decolagem de Kuala Lumpur. Após a última transmissão do capitão, o transponder do avião foi desligado, e radares militares detectaram que ele desviou da rota planejada, voando sobre o norte da Malásia antes de desaparecer no Oceano Índico.
Um relatório de 495 páginas, publicado em 2018, sugeriu que os controles do avião foram manipulados para alterar sua rota, mas não identificou o responsável. Nenhum indício suspeito foi encontrado nos antecedentes do capitão ou do copiloto.
Expectativas e desafios
Loke destacou que, embora as novas informações sejam promissoras, ninguém pode garantir o sucesso da operação. “Já se passaram mais de 10 anos”, lembrou ele, frisando a dificuldade de localizar os destroços em uma área tão vasta e remota.
Com a retomada das buscas, as famílias das vítimas esperam por respostas que ainda não chegaram. A nova etapa representa um esforço renovado para encerrar o enigma do voo MH370 e proporcionar um desfecho à tragédia que abalou o mundo.