Dólar registra sétima queda seguida e atinge menor valor em dois meses

O dólar continuou a desvalorizar em relação ao real, fechando em R$ 5,869, seu menor valor em mais de dois meses
Dólar registra sétima queda seguida e atinge menor valor em dois meses
Dólar registra sétima queda seguida e atinge menor valor em dois meses. Reprodução/Pinterest/segspnacional

O dólar manteve sua sequência de desvalorização ante o real nesta terça-feira (28) e fechou em seu menor patamar em mais de dois meses. A moeda norte-americana recuou 0,74%, sendo cotada a R$ 5,869 na venda. Essa é a menor cotação desde 26 de novembro de 2024, quando encerrou o pregão a R$ 5,81.

A desvalorização ocorre em meio à expectativa pelas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além de uma maior disposição dos investidores ao risco. Segundo a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, essa mudança está ligada à suavização na retórica do presidente dos EUA, Donald Trump. “[O apetite] é bastante ligado à decisão do presidente americano ao ter dado declarações sobre uma possível aproximação com a China”, afirmou.

Mercado antecipa decisões de juros

O mercado financeiro também está atento à chamada “superquarta“, quando haverá divulgação das taxas de juros por importantes bancos centrais. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic para 13,25% ao ano, segundo projeções do mercado. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) deve manter os juros entre 4,25% e 4,5%.

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A perspectiva de juros mais altos no Brasil tende a atrair investimentos estrangeiros, favorecendo o real. “O mercado costuma antecipar isso, e como a expectativa é de alta nos juros aqui, a gente pode ter visto um ingresso de fluxo para Brasil por conta desse diferencial de juros mais alto entre os países”, explicou Quartaroli.

Ibovespa recua apesar de otimismo global

Na contramão do mercado externo, o Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,65%, atingindo 124.055,5 pontos. Segundo o analista Bruno Benassi, da Monte Bravo, a preocupação com o governo Trump e seus possíveis impactos no setor de commodities influenciaram a bolsa brasileira.

Além disso, o desempenho do Ibovespa reflete um ajuste técnico após a forte alta registrada na segunda-feira (27), quando o índice chegou a 124 mil pontos. Para a analista Bruna Sene, da Rico, a baixa foi uma “correção técnica dos movimentos vistos ontem“.

Avanço da IA chinesa impacta mercados

Deepseek
DeepSeek, companhia chinesa de inteligência artificial (IA). (Foto: reprodução/Pinterest/Gadget_insiders)

Outro fator que influenciou os mercados globais foi o avanço da DeepSeek, companhia chinesa de inteligência artificial (IA). A empresa lançou uma alternativa mais acessível e eficiente em relação às atuais tecnologias ocidentais, afetando diretamente as gigantes do setor.

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A DeepSeek ultrapassou o ChatGPT em downloads na App Store, o que levantou dúvidas sobre a sustentabilidade do nível de investimentos em IA por empresas como Apple e Microsoft. A repercussão do avanço da tecnologia chinesa gerou perdas diárias de US$ 643 bilhões entre as principais empresas do setor, segundo levantamento de Einar Rivero, analista da Elos Ayta.

A Nvidia, por exemplo, perdeu o posto de empresa mais valiosa do mundo, com uma desvalorização de US$ 589 bilhões. O impacto foi tão significativo que Apple e Microsoft retomaram a liderança no ranking das empresas mais valiosas do mundo.

Arrecadação recorde no Brasil

No cenário doméstico, a Receita Federal anunciou que a arrecadação bateu um recorde em 2024, alcançando R$ 2,709 trilhões, um crescimento de 9,5% em relação ao ano anterior. Esse dado também pode ter influenciado a estabilidade do real frente ao dólar, reforçando a confiança no mercado brasileiro.

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