São Paulo, uma das cidades mais movimentadas, enfrenta um eterno desafio do caos da mobilidade urbana. Nesse cenário, a proposta de liberação do transporte por aplicativos (motos), modalidade já consolidada em várias regiões do Brasil, levanta discussões acaloradas. A questão gira em torno de dois pontos principais: o custo-benefício para os usuários e a segurança no trânsito.
Para os defensores da liberação dos mototáxis em São Paulo, os argumentos são claros. Primeiramente, o custo mais acessível dessa modalidade é um atrativo para milhões de paulistanos que enfrentam os altos preços do transporte público e dos aplicativos de transporte. Um mototáxi, geralmente, custa significativamente menos que um carro por aplicativo, oferecendo uma alternativa mais econômica para trabalhadores e estudantes que precisam se deslocar diariamente.
Prós e contras: economia e agilidade no trânsito
Além disso, as motos têm a vantagem de driblar o trânsito caótico da cidade, diminuindo drasticamente o tempo de deslocamento. Segundo dados da CET, os engarrafamentos em São Paulo podem ultrapassar 300 km nos horários de pico, e as motos são uma solução eficiente para vencer essa barreira. Esse fator também favorece quem tem rotinas apertadas ou precisa chegar rapidamente ao destino.

Outro ponto destacado pelos apoiadores é o potencial para geração de emprego e renda. Muitos motociclistas que hoje trabalham como entregadores poderiam diversificar suas atividades e ampliar sua base de clientes, contribuindo para a economia local.
Segurança e desafios na regulamentação
Por outro lado, os críticos à liberação dos mototáxis enfatizam questões sérias relacionadas à segurança. O trânsito em São Paulo já é considerado um dos mais perigosos do país, com alto índice de acidentes envolvendo motocicletas. Conforme o Infosiga-SP, mais de 40% das mortes no trânsito paulista envolvem motociclistas, e a adição de passageiros a essa equação poderia aumentar os riscos de forma alarmante. Outro ponto levantado é a dificuldade de regulamentar e fiscalizar o serviço.
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Em cidades menores, é mais fácil monitorar a atuação dos mototaxistas, mas em uma metrópole como São Paulo, a logística de fiscalização seria extremamente complexa. Isso inclui verificar as condições das motos, a qualificação dos condutores e o uso de equipamentos de segurança, como capacetes adequados para os passageiros.
Há ainda a preocupação com a informalidade. Sem uma regulamentação rígida, existe o risco de surgirem mototaxistas irregulares, o que pode prejudicar tanto os passageiros quanto os próprios trabalhadores formais, além de comprometer a segurança geral do serviço.