As bolsas de valores da Ásia e da Europa enfrentaram um início de semana turbulento nesta segunda-feira (7), com quedas expressivas impulsionadas pelo ‘tarifaço’ de Donald Trump e pela resposta da China, que impôs tarifas de 34% sobre os produtos estadunidenses.
Na Ásia, o pregão, sessão de negociação da bolsa de valores, encerrou com perdas significativas, com destaque para a bolsa de Hong Kong, que despencou 13,22%, e o índice CSI 1000 da China, que registrou queda de 11,39%.
Na Europa, os principais índices acionários também operavam em forte baixa, com o índice Euro Stoxx 50 recuando 3,83% por volta das 7h45. Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street tiveram sua pior crise desde a Covid e suas ações derreteram em até 10%.
@g1 As ações despencaram ao redor do mundo na abertura do mercado nesta segunda-feira (7). Na Ásia e na Europa, onde os trabalhos já foram iniciados, os índices caíram bastante em resposta ao colapso em Wall Street da última sexta-feira (4). O índice CSI300, com as principais ações das grandes empresas da China, caiu mais de 5%. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 foi mais longe e despencou quase 8% na abertura do mercado. Pior ainda foi o Hang Seng, de Hong Kong, que caiu 10% – que se for mantida, é a maior queda diária desde a crise global de 2008. O Kospi, da Coreia do Sul, desceu 5,5%. A bolsa de Frankfurt foi a europeia que mais caiu. Ela chegou a cair 9,98% e depois voltou para 9,76%. A bolsa de Paris, por sua vez, desceu 5,73% e a de Londres, 5,93%. O mercado futuro dos Estados Unidos também demonstrou queda. O índice Dow Jones caiu 3,5%; o S&P, 4,2%; e o Nasdaq, das empresas de tecnologia, desceu 5,3%. As quedas ao redor do mundo ocorrem por causa da resposta chinesa ao ‘tarifaço’ imposto por Donald Trump. No fim da última semana, a China anunciou reciprocidade à taxa de 34% para importações de produtos norte-americanos. Saiba mais no #g1 #tiktoknotícias #bolsadevalores #tarifaço #wallstreet #colapso #economia #tarifaço #donaldtrump #estadosunidos #china ♬ som original – g1
Mais consequências do ‘tarifaço’
O setor de commodities também foi afetado, com isso, os preços do petróleo registraram queda, com o barril do tipo Brent e o WTI recuando cerca de 3%. A expectativa de uma menor demanda por petróleo em caso de uma guerra comercial entre as maiores economias do mundo pressionou os preços para baixo.
No mercado de câmbio, o índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a outras moedas importantes, também operava em queda. O dólar caiu para 145,98 ienes japoneses no Japão, enquanto o euro se valorizou em relação à moeda americana.
A reação dos mercados globais reflete a preocupação dos investidores com as consequências de uma possível guerra comercial. O aumento das tarifas pode levar a um aumento da inflação e a uma redução do comércio global, prejudicando o crescimento econômico.
No entanto, Trump não parece preocupado. Na manhã de domingo, publicou em suas redes sociais que era “um ótimo momento para ficar rico” e disse, em sua rede social, a Truth Social, que as tarifas “estão trazendo dezenas de bilhões de dólares”. O presidente argumenta que o ‘tarifaço’ era a única forma de resolver o déficit financeiro.

Relembre o que é o ‘tarifaço’
Na quarta-feira (2), o presidente dos Estados Unidos anunciou a implementação de tarifas recíprocas sobre produtos importados. Essa ação é uma estratégia de retaliação comercial, na qual os Estados Unidos impõem taxas sobre produtos importados em resposta a tarifas similares aplicadas por outros países a produtos americanos.
Trump argumentou que essa medida reequilibrará o comércio global e reduzirá o déficit comercial dos EUA, uma vez que, segundo o presidente, muitos países enriquecem às custas dos EUA ao adotar tarifas maiores que as cobradas pelos americanos.
A partir do dia 5 de abril, uma tarifa base de 10% será aplicada a todas as importações para os Estados Unidos. Além disso, a partir do dia 9 de abril, taxas mais elevadas serão impostas aos países com os maiores déficits comerciais com os EUA. Essas taxas adicionais serão calculadas com base nas tarifas que esses países impõem aos produtos americanos.