As principais bolsas asiáticas encerraram esta terça-feira (8) com números positivos, após um período de instabilidade desencadeado pelas incertezas em torno das tarifas globais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O mercado japonês apresentou um aumento superior a 6% nas ações, contrastando com a queda de quase 8% registrada no dia anterior. Na segunda-feira, Trump sinalizou que pretende negociar um acordo comercial com o Japão, um dos países incluídos em seus planos.
A recuperação também foi observada em outros mercados asiáticos, como Hong Kong e Xangai, que registraram altas de mais de 1% e 1,5%, respectivamente, após sofrerem perdas significativas na segunda-feira.
China x Estados Unidos
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo persiste. O estopim foi o anúncio do “tarifaço” de Trump, na quarta-feira (2), quando revelou a aplicação de tarifas recíprocas sobre produtos importados. A justificativa do presidente estadunidense é que a medida reequilibrará o comércio global e reduzirá o déficit comercial dos EUA.

Com as novas tarifas, os produtos chineses que entrarem nos Estados Unidos, a partir de 10 de abril, serão taxados em 34%. A resposta da China veio dois dias depois, quando, na sexta-feira (4), impôs a mesma tarifa, de 34%, para produtos norte-americanos que entrarem no país.
Além disso, a China anunciou que controlará a exportação de metais de terras raras, usados para a produção de tecnologia avançada, como smartphones e carros elétricos, para os Estados Unidos. O país asiático responde por mais de 30% da produção mundial desses metais.
Em resposta, na segunda-feira (7), Trump ameaçou impor tarifas adicionais de 50% sobre os produtos chineses caso a China não revogue suas tarifas retaliatórias até o início da tarde de hoje, horário de Brasília. Se essa ameaça se concretizar, os produtos chineses importados pelos Estados Unidos estarão sujeitos a uma taxação total superior a 100%.
China
Diante das ameaças americanas, o governo chinês reafirmou sua postura, classificando as tarifas impostas pelos Estados Unidos como “infundadas” e “chantagistas“. O país asiático defende que a guerra tarifária não tem vencedor, mas que continuará a revidar as ações de Trump.