Se és um assíduo explorador do TikTok, é provável que já tenhas cruzado com uma infinidade de vídeos de dança ao som dos envolventes e enérgicos versos em japonês: “Okane kasegu watashi wa sutaa/ Okane kasegu watashi wa sutaa/ Sutaa, sutaa, sutaa, sutaa, kirakira/ Watashi wa sutaa”. Estes versos, de cadência hipnótica, pertencem à cativante faixa Mamushi, resultado de uma colaboração magistral entre a icónica rapper estadunidense Megan Thee Stallion e o talentoso artista japonês Yuki Chiba. A canção, após conquistar as redes sociais e se tornar um verdadeiro fenômeno, finalmente foi agraciada com um videoclipe oficial.
O sucesso
O videoclipe, lançado na passada sexta-feira (09), é uma obra audiovisual que transcende a simples estética musical. Ele transporta o espectador para um ambiente pulsante e visualmente vibrante em Tóquio, onde Megan e Yuki assumem o comando de um spa luxuoso. A narrativa visual é intricadamente tecida com a presença ameaçadora de gangsters, elevando a tensão e adicionando camadas de sedução e perigo. Numa das sequências mais impactantes, Megan, com um magnetismo irresistível, atrai os seus oponentes, transformando-se, em seguida, numa mamushi—uma serpente venenosa emblemática do Japão—e elimina-os de maneira implacável.
Esta produção não só complementa a música com mestria, mas também amplifica a mensagem artística de Megan Thee Stallion. Ao lado de Yuki, ela celebra uma fusão cultural rica e estilisticamente audaciosa, refletindo a sua capacidade inata de transcender fronteiras e explorar novas dimensões criativas. Mamushi é uma das 18 faixas que compõem o álbum Megan, lançado em junho deste ano, e simboliza o início de uma nova era na carreira da artista, que agora avança de forma independente, demonstrando a sua resiliência e visão artística singular.
‘Traumazine’: a profundidade emocional e o desabafo de Megan Thee Stallion
Em paralelo ao sucesso estrondoso de Mamushi, Megan Thee Stallion revelou um lado profundamente íntimo e vulnerável da sua trajectória artística com o álbum Traumazine. Durante uma entrevista reveladora à SiriusXM, a rapper partilhou que o processo de composição das músicas deste álbum foi um exercício de vulnerabilidade e introspecção raramente visto na sua carreira. As letras de Traumazine emergem como as mais pessoais que Megan já escreveu, resultando em momentos de emoção crua e verdadeira.
“Chorei mais enquanto escrevia as músicas do que ao gravá-las”, confessou a artista, destacando a intensidade emocional envolvida na criação do álbum. “Foi como se um peso fosse removido do meu peito ao finalmente verbalizar algumas dessas questões de forma clara. Mas, sim, foi libertador expressar essas emoções, e sinto que é crucial que as pessoas compreendam a origem dos meus sentimentos”.
Megan continuou explicando que a motivação para abrir o seu coração nas letras de Traumazine veio após a dolorosa perda da sua mãe, Holly Thomas, em março de 2019. “Queria falar sobre tudo o que aconteceu comigo desde 2019, especialmente depois que a minha mãe faleceu. Sinto que venho processando isso ao longo do tempo… Já não posso evitar estas questões. Preciso confrontá-las”, refletiu Megan, delineando o impacto profundo e duradouro dessa perda na sua vida e carreira.
Traumazine, lançado sob a chancela da Warner Music em parceria com a Atlantic Records, representa um marco significativo na jornada de Megan Thee Stallion, tanto em termos de transição pessoal como de autoconhecimento. O álbum oferece ao público um raro vislumbre da artista num estado de profunda introspecção, desvendando as complexidades das suas emoções e experiências de uma maneira que poucos esperariam de uma figura pública tão imponente.