Beyoncé enfrenta campanha de Trump por uso indevido de música

Nada de especial na política internacional
Beyoncé enfrenta campanha de Trump por uso indevido de música
Beyoncé contra o uso indevido de sua música na política Reprodução/PXhere

Em um novo e acirrado embate entre cultura pop e política, Beyoncé, ícone mundial da música, sinaliza sua intenção de travar uma batalha judicial contra a campanha presidencial de Donald Trump. A artista ameaça emitir uma notificação legal, conhecida nos Estados Unidos como “cease and desist”, para barrar o uso não autorizado de sua canção “Freedom”, parte integrante do aclamado álbum Lemonade, lançado em 2016.

O uso indevido de “Freedom” e a reação imediata

O episódio que desencadeou a controvérsia ocorreu quando a faixa “Freedom” foi utilizada, sem a devida autorização, como trilha sonora de um vídeo publicado por Steven Cheung, assessor de campanha de Trump. No vídeo, que foi postado na rede social X na terça-feira, 20 de agosto, o candidato republicano é visto desembarcando de seu avião em Michigan, ao som da icônica canção de Beyoncé. Curiosamente, essa mesma música tem sido a trilha sonora oficial de vários comícios de Kamala Harris, com a devida permissão da artista.

Lançamento oficial da candidatura de Kamala Harris (Vídeo: reprodução/YouTube/Kamala Harris)

As ramificações políticas e o apagamento do vídeo

A resposta jurídica iminente de Beyoncé, conforme relatado pela revista Rolling Stone, levou à rápida remoção do vídeo das redes sociais, pouco depois da divulgação da notícia em 21 de agosto. Embora a cantora não tenha se manifestado publicamente sobre o incidente, o ato de usar sua música sem autorização ecoa as tensões políticas subjacentes. Beyoncé, apesar de não endossar oficialmente a campanha de Kamala Harris, já declarou em várias ocasiões seu apoio ao Partido Democrata, incluindo uma memorável apresentação do hino nacional na posse de Barack Obama em 2013. Em 2020, ela apoiou abertamente a candidatura de Joe Biden.

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As ligações familiares e outras controvérsias musicais

A conexão de Beyoncé com o espectro político democrata vai além de sua própria figura. Sua mãe, Tina Knowles, uma renomada estilista de 70 anos, é uma apoiadora fervorosa de Kamala Harris. Knowles recentemente publicou em seu perfil no Instagram uma foto ao lado da candidata democrata, celebrando a oficialização de sua candidatura.

Não é a primeira vez que a campanha de Trump se encontra em meio a uma polêmica envolvendo o uso não autorizado de música. No início deste mês, a equipe de Céline Dion criticou publicamente o uso de seu hit “My Heart Will Go On” em um comício em Montana. Em um comunicado nas redes sociais da cantora, a gravadora Sony Music Entertainment Canada Inc. e a equipe de gerenciamento de Dion expressaram seu descontentamento e reforçaram que a utilização da canção foi feita sem qualquer autorização.

O confronto entre política e direitos autorais no cenário musical

Este incidente levanta questões pertinentes sobre os direitos autorais no contexto político, sublinhando as tensões entre artistas que, muitas vezes, não concordam com a mensagem ou a agenda daqueles que utilizam suas obras. A batalha de Beyoncé contra a campanha de Trump é mais um exemplo do delicado equilíbrio entre expressão artística e manipulação política, onde a música, enquanto ferramenta de identidade e resistência, pode ser apropriada por narrativas alheias às intenções de seus criadores.

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