Bolsonaro tornou-se oficialmente réu por denúncia de golpe de estado após julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de três sessões, a 1ª Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e mais sete aliados. Com a decisão, o ex-presidente veio a público e declarou que as acusações são infundadas.
Falas de Bolsonaro
Instantes após o término da votação que aceitou, por unanimidade, a denúncia, Bolsonaro negou sua participação em tentativa de golpe de estado. “Eu espero hoje botar um ponto final nisso aí. Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave, e são infundadas”, disse o ex-presidente.
Nas redes sociais, mais uma vez o político reclamou da velocidade do processo, afirmando que, contra ele, as coisas são mais rápidas e tudo isso para impedir que ele concorra às eleições em 2026. De acordo com Bolsonaro, ele é o principal nome na corrida presidencial e, se participar da eleição, sua vitória e o domínio no Senado seriam “resultados inescapáveis”.
O político declarou à imprensa que colaborou com a transição de governo e pediu a desmobilização das manifestações que queriam a intervenção militar no país, dizendo que apenas manifestações pacíficas eram bem-vindas e não aquelas que invadam propriedade, destruam patrimônio ou atrapalhem o direito de ir e vir.
Porém, segundo a PGR, Bolsonaro não agiu nos atos após o resultado das eleições para desmobilizar os acampamentos feitos na frente de quartéis do Exército. Além disso, na acusação, a Procuradoria afirma que, durante o período de transição de governo, o ex-presidente teve reuniões sobre o golpe de Estado.
Junto com as declarações negando as acusações e justificando o porquê disso estar sendo feito, Bolsonaro atacou novamente o sistema eleitoral brasileiro, as urnas eletrônicas, dizendo que até pode confiar na máquina, mas não é obrigado a acreditar no programador.
O político não esteve presente no segundo dia do julgamento, pois, segundo ele, já sabia o que ia acontecer. Bolsonaro assistiu ao resultado do gabinete do senador e seu filho, Flávio Bolsonaro. Na terça, primeiro dia de julgamento, ele compareceu presencialmente na reunião da Primeira Turma.
Julgamento e próximos passos
A 1ª Turma, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, aceitou por unanimidade a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas por tentativa de golpe de estado.
O grupo é acusado de cinco crimes: golpe de Estado; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; organização criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado. Os oito envolvidos e agora réus são: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Nogueira, Braga Netto.
Com o resultado de quarta-feira, os acusados são oficialmente réus e respondem a um processo penal em que a PRG e as defesas apresentarão os depoimentos e provas. A data para esses julgamentos, que podem absolver ou condenar os réus à penas de prisão, ainda não foi definida.
