Na Assembleia Geral da ONU, o Brasil demonstrou sua posição em relação ao atual conflito no Oriente Médio ao se retirar do auditório antes do discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A decisão, segundo fontes diplomáticas, partiu do Itamaraty e ocorreu antes que outras delegações, principalmente de países árabes, também abandonassem o plenário.
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O ato de retirada foi uma forma de protesto em resposta à guerra entre Israel e Hamas, que já dura quase um ano. Recentemente, Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza e começou ataques no Líbano, resultando em mais de 700 mortes. A decisão do governo brasileiro foi motivada pela morte de dois cidadãos brasileiros em ataques no Líbano e pela crise humanitária em Gaza, que já ceifou a vida de mais de 40 mil pessoas, incluindo muitas crianças e mulheres.
A saída da delegação brasileira ocorreu de maneira discreta, uma estratégia comum na diplomacia para expressar descontentamento sem causar um grande alvoroço. O Itamaraty reafirmou que a retirada foi uma ação deliberada, alinhada com a posição do governo brasileiro sobre “resposta desproporcional de Israel” aos recentes ataques do Hamas. Durante a sessão, a comitiva brasileira já havia comparecido ao discurso do presidente da Autoridade Nacional da Palestina, Mahmoud Abbas, evidenciando o apoio do Brasil ao reconhecimento da Palestina como Estado.
A crise humanitária e o êxodo no Líbano
A escalada do conflito provocou um êxodo sem precedentes no Líbano, onde mais de 30 mil pessoas fugiram para a Síria em apenas três dias. As condições humanitárias deterioraram-se rapidamente, levando o ACNUR a destacar a urgência da situação. O Itamaraty já iniciou consultas com cidadãos brasileiros no Líbano para avaliar a repatriação de brasileiros no país.
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O ato da delegação brasileira na ONU não é apenas uma resposta ao discurso de Netanyahu, mas reflete uma posição mais ampla do governo brasileiro em relação aos eventos no Oriente Médio.
A história entre Brasil e Israel se torna cada vez mais complexa, especialmente após declarações polêmicas do presidente Lula, que foram consideradas ofensivas por Tel Aviv. Com a escalada do conflito e as vidas em jogo, o Brasil se posiciona, demonstrando solidariedade às vítimas e à necessidade urgente de um diálogo que leve à paz na região.
A Assembleia Geral da ONU continua a ser um palco vital para discussões sobre a paz e a segurança global, e a participação ou retirada de países como o Brasil pode ter repercussões significativas nas relações internacionais.