A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) veio a público esclarecer as especulações em torno de um possível novo uniforme da Seleção Brasileira, com predominância da cor vermelha. Imagens da camisa circularam nas redes sociais e geraram grande repercussão, tanto entre torcedores quanto no meio político. Em nota oficial, a entidade negou que o modelo seja oficial e afirmou que a coleção de uniformes para a Copa do Mundo de 2026 ainda está em desenvolvimento.
Camisa vermelha vazada não é oficial, reforça CBF
A polêmica começou após o site especializado Footy Headlines divulgar imagens de uma camisa vermelha com detalhes em amarelo e o logotipo da marca Jordan, tradicionalmente associada ao basquete. O design rapidamente ganhou as redes sociais e provocou reações intensas. No entanto, a CBF deixou claro que o modelo não faz parte da linha oficial da Seleção e que nenhuma peça foi aprovada até o momento.

Segundo a entidade, todo novo uniforme deve estar em conformidade com o estatuto da confederação, o qual estabelece diretrizes relacionadas à identidade visual da equipe nacional, como o uso das cores tradicionalmente associadas à Seleção Brasileira. A CBF também ressaltou que as decisões finais serão definidas em parceria com a fornecedora oficial de material esportivo, que atualmente é a Nike.
Vermelho na camisa vira alvo de disputa ideológica
Mais do que uma simples questão estética, a divulgação da suposta camisa vermelha ganhou contornos políticos. Figuras públicas ligadas à direita, como o senador Flávio Bolsonaro e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, criticaram duramente o possível uso da cor. Para eles, o vermelho remete diretamente à esquerda e ao Partido dos Trabalhadores (PT), o que tornaria a mudança “inaceitável” e “politizada”.
Por outro lado, setores progressistas, além de comentaristas e jornalistas esportivos, defenderam a ideia como uma forma de romper com apropriações ideológicas das cores do futebol brasileiro. A jornalista Milly Lacombe foi uma das vozes favoráveis à mudança. Em publicações nas redes, ela afirmou que uma blusa vermelha poderia simbolizar uma renovação na relação do público com a Seleção, refletindo um país plural e menos atrelado a discursos excludentes.
Entre tradição, marketing e representatividade
Desde o fim da década de 1950, o uniforme titular da Seleção Brasileira é a clássica camisa amarela com detalhes em verde, acompanhada por calções azuis — uma referência direta à bandeira nacional. O uniforme reserva, geralmente azul, também segue essa lógica. A introdução de uma terceira camisa, em tom vermelho, representaria uma quebra relevante dessa tradição.
Entretanto, essa mudança não seria inédita no cenário mundial. Diversas seleções — como Alemanha, Itália e França — já adotaram uniformes alternativos que fogem das cores nacionais, muitas vezes por estratégias de marketing ou campanhas temáticas.

Para especialistas em comunicação esportiva, a escolha de um novo design passa tanto por questões simbólicas quanto por objetivos comerciais. O lançamento de camisas alternativas é uma prática recorrente no mercado esportivo global, que visa atrair novos públicos e ampliar as vendas de produtos licenciados.
A CBF garantiu que, qualquer que seja a nova coleção, ela será desenvolvida com base em critérios técnicos, comerciais e institucionais, respeitando a trajetória centenária da Seleção Brasileira. A entidade ainda não definiu uma data para a divulgação oficial dos novos uniformes que serão utilizados ao longo do ciclo da Copa do Mundo de 2026, marcada para acontecer nos Estados Unidos, Canadá e México.