Na manhã da última sexta-feira (4), após dez dias de internação na Clínica São Vicente, localizada na região da Gávea, no Rio de Janeiro, o ator Emiliano Queiroz faleceu por uma parada cardíaca.
Queiroz havia sido submetido a uma cirurgia no coração um dia anterior à sua despedida desse mundo. Na quinta-feira dia (3), ele realizou o procedimento que colocou três stents em seu coração.
“O stent é um pequeno dispositivo expansível de forma tubular, feito de nitinol, aço inoxidável ou uma liga de cromo e cobalto, inserido no interior de uma artéria para prevenir ou evitar a obstrução do fluxo no local.”, explica o site do Governo.
Quem foi Emiliano Queiroz?
Desde a infância, Queiroz já estava inserido nesse mundo da dramaturgia. Filho de uma professora e de um ourives, nasceu em Aracati, uma pequena cidade no estado do Ceará. Enquanto crescia, essa paixão pela atuação o acompanhava e, na casa de seus 20 anos, decidiu que era hora de sair de sua cidade para tentar alçar voos mais altos na capital paulista.
O período que passou em São Paulo foi curto, e logo retornou às suas origens, no entanto, seu destino já estava mudado, logo foi contratado pela TV Ceará, onde trabalhou como ator, humorista, cenógrafo, produtor, contrarregra, até apresentador e a lista ainda se estende. Viveu dessa forma até viajar para São Paulo pela segunda vez e receber o convite para sua primeira novela, “Eu amo Esse Homem”.
O começo de uma longa e promissora carreira
A partir dessa novela, os seus trabalhos consecutivos foram de grande sucesso, exibidos em folhetins televisivos. Um ano após sua estreia, em 1965, ele já estreava na Globo com “Ilusões Perdidas”, mas foi apenas em 1966 que ele caiu nas graças do público com sua atuação em “Eu Compro Esta Mulher”.
Foi nesse mesmo ano que apanhou na rua por conta do seu personagem de “O Sheik de Agadir” em que interpretava um vilão nazista.
Sobre esse caso, ele disse em entrevista ao “Memória Globo”: “O povo me odiava. Eu havia assassinado o personagem do Cláudio Marzo no capítulo da noite anterior, e a coisa já começava a ficar braba na rua. Os caras passavam de táxi ou de ônibus e gritavam: ‘Assassino!’. Na manhã seguinte, uma mulher deu com a sombrinha na minha cabeça”.
Em toda sua carreira, o que não faltam são títulos de sucesso, como “Barriga de Aluguel”, “Deus nos acuda”, “Era uma Vez…”, “Alma Gêmea” e sobre essa ele a descreveu com carinho, relembrando os momentos de gravação.
“Esta foi outra novela deliciosa. Foi aí que me encontrei com a Fernanda Souza e o Emílio Orciollo Netto, e fizemos aquela família que era uma delícia. Era um núcleo caipira, coisa que o Walcyr sempre usa”, disse o ator.
No entanto, o personagem que o fez inesquecível na mente dos brasileiros foi Dirceu Borboleta, figura de “O Bem-Amado“. “Quando começou a novela, ele não tinha nada, era um cara feliz no trabalho. Até que começaram as pressões, e ele foi ficando apoplético”, comentou Queiroz.
O sucesso de Dirceu Borboleta foi tão estrondoso que, após a novela, ele foi escalado novamente para o seriado de mesmo título e, em 1994, foi convocado a fazer parte da “Escolinha do Professor Raimundo”.
Além das novelas, também fez presença no cinema e no teatro
E suas atuações nesses dois outros modos de dramaturgia não eram feitos de qualquer forma, pois foi premiado com o Kikito de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado por sua participação de apenas três minutos no filme “Stelinha”.
No teatro, participou até da “Ópera do Malandro”, organizada por Chico Buarque, e seu último trabalho em cima dos palcos foi em 2022 no espetáculo “A Vida Não é Justa”, dividindo os holofotes com Léa Garcia.
Família
Queiroz era casado há 51 anos com a advogada e atriz Maria Letícia, de 77 anos. Juntos eles tiveram 14 filhos e, além deles, também deixaram 8 netos e 3 bisnetos.