A ex-presidente Dilma Rousseff foi reeleita de forma unânime e seguirá na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco do Brics. A confirmação ocorreu neste domingo (23) durante o Fórum de Desenvolvimento da China 2025, em Pequim.
Rousseff está no cargo desde abril de 2023 e, antes da reeleição, o mandato terminaria neste ano, em 6 de julho. O presidente e vice-presidente do banco são definidos por meio de uma rotatividade entre os membros fundadores do grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Como foi a reeleição
A Rússia era responsável pela indicação do novo presidente do banco, no entanto, o presidente do país, Vladimir Putin, considerou que as restrições em decorrência da guerra da Ucrânia poderiam dificultar a atuação de um russo no banco.
Não é a primeira vez que Putin demonstra apoio à Rousseff neste cargo. Em 2024, ele já havia defendido a extensão do mandato à frente da instituição e elogiou a condução da brasileira no banco. O ato de apoiar a reeleição também é um gesto dos russos que pensam em assumir a presidência no futuro, quando as sanções não estiverem mais em vigor.

Dilma Rousseff à frente do NBD
Durante o Fórum, a ex-presidente do Brasil destacou a importância do NBD para o financiamento de projetos em países emergentes, além de ressaltar o papel na aproximação entre Brasil e China.
O maior ponto de crítica ao banco é a criação de uma moeda única do bloco, medida que teria o objetivo de reduzir a dependência do dólar. Porém, o governo dos Estados Unidos já declarou que aplicará taxas de 100% ao Brics caso a ideia prossiga.
Perguntada sobre isso, Dilma questionou se a União Europeia também seria taxada, já que o euro é uma moeda alternativa. No entanto, disse que acredita que o Brics não criará uma moeda única para o bloco. O que está em pauta na próxima reunião do bloco, programada para julho, são investimentos e plataformas de financiamento.
Durante o evento em Pequim, a presidente do banco elogiou o país asiático, “impressionante é a transformação da China de fábrica do mundo para um planalto de inovação, e gradualmente se desenvolvendo em um líder global em ciência, tecnologia e inovação”, disse.
Além disso, Rousseff também confirmou o avanço de projetos em parceria entre Brasil e China. O mais comentado é a construção da ferrovia transoceânica, que permitiria o escoamento da produção agrícola brasileira pelo Oceano Pacífico, reduzindo custos logísticos e ampliando o acesso ao mercado asiático. Esse projeto é discutido há anos e ganhou força após negociações entre os países. A presidente afirmou ter certeza de que a ferrovia será viabilizada.