Nesta quarta-feira, 26, a plataforma de streaming da Disney será relançada por conta do fracasso da plataforma no país. A Disney+ tem o maior preço em comparação com as plataformas concorrentes, poucos lançamentos e sua maior aposta é apenas a coleção de animações clássicas. Essa soma resulta em uma audiência baixíssima em solo brasileiro.
Para contexto, podemos trazer o exemplo do mês de maio que, de acordo com a medição da Kantar Ibope Media, a Disney+ teve 0,2% de share na audiência online, o que corresponde a uma participação total de menos de 30% no consumo dos brasileiros. O Youtube lidera o ranking com 17,6%, seguido pela Netflix com 4,4%.
A plataforma Star, que também pertence à Disney, conta com programas como ‘’Os Simpsons’’, canais da ESPN e séries como ‘’Modern Family’’, sequer conseguiu sequer pontuar no levantamento da Kantar. Categorizado como ‘’outros’’, a plataforma totalizou apenas 0,5%.
Confira levantamento da Kantar Ibope Media em maio/2024:
TV linear 70,3%
TV aberta 61,6%
TV paga 8,7%
Video Online
YouTube – 17,6%
Netflix – 4,4%
Tik Tok – 4%
Globoplay – 1,3%
Prime Video – 1%
Max – 0,3%
Twitch – 0,3%
Disney+ – 0,2%
Outros – 0,5%
O QUE MUDA NO RELANÇAMENTO?
Por consequência dos péssimos resultados do Star, os executivos dos estúdios Disney decidiram encerrar a comercialização dessa plataforma no país. A partir do dia 26, ocorrerá a junção dos dois serviços de streaming em uma única plataforma, assim como já foi feito em outros mercados.
Essa novidade vem acompanhada de um novo aumento para os assinantes. O plano mensal do Disney+ padrão tem o valor de R$ 43,90, enquanto o plano Premium custa R$ 62,90. Esses valores são mais altos que os da Netflix, líder do segmento. O plano mais caro da concorrente custa R$59,90.
O PREJUÍZO DA DISNEY+
Antes de lançar sua plataforma, a Disney retirou seus programas da TV aberta, além de esvaziar seus canais na TV paga. A ideia era concentrar seus produtos exclusivamente em sua plataforma, visando alavancar o serviço. Mas essa estratégia se mostrou muito prejudicial ao Brasil. A Disney acabou se desestabilizando no país e acabou perdendo muito em receita por conta da falta de renda nos direitos autorais em transmissões na TV. Além disso, personagens clássicos, como as princesas, Mickey Mouse e sua turma, estão cada vez mais distantes do público infantil.
Segundo a revista Forbes, a plataforma acumulou um prejuízo de quase US$ 11,4 bilhões (aproximadamente 55,3 bilhões de reais) desde seu lançamento, e não há uma previsão de começar a dar lucros. E a decadência da plataforma não aconteceu apenas no Brasil, nos Estados Unidos, o número de assinantes caiu de 164,2 milhões em setembro de 2022 para 149,6 milhões no final de 2023. Nesse mesmo período, a Netflix dobrou sua base de assinantes e alcançou o marco de 260 milhões de assinantes.
Os executivos da Disney vêm elaborando diversas estratégias para sanar o prejuízo gerado pela plataforma. Nos EUA, resolveram adicionar anúncios na plataforma em troca de um valor menor no plano mensal e aqui na América Latina, a ideia foi fundir as duas plataformas para tentar alcançar um público maior.