O dólar fechou nesta segunda-feira (9) em R$ 6,08, marcando uma nova máxima histórica nominal. A moeda norte-americana avançou 0,09% no dia, registrando a terceira máxima do mês em um cenário de expectativa por dados econômicos cruciais no Brasil e nos Estados Unidos.
A alta ocorre em meio a uma agenda econômica esvaziada, enquanto investidores ajustam suas posições para uma semana marcada pela divulgação de índices de inflação nos dois países e pela última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2024.
Inflação e juros no radar
No Brasil, o foco está nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, que serão divulgados nesta terça-feira (10). O indicador é uma referência para a inflação oficial do país e pode influenciar a decisão do Copom, que se reúne entre terça e quarta-feira (11) para definir a taxa básica de juros (Selic).
Nos Estados Unidos, o mercado aguarda o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que será divulgado na quarta-feira. Esse dado será determinante para as expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação à taxa de juros, que impacta diretamente o dólar globalmente.
Pressões sobre o câmbio
A valorização do dólar reflete, em parte, as incertezas econômicas e políticas globais. No Brasil, o cenário doméstico também contribui para a alta da moeda. O mercado monitora as discussões em torno da reforma tributária e das projeções fiscais para 2025, que ainda geram dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas.
Enquanto isso, o cenário externo permanece desafiador. A expectativa de inflação elevada nos Estados Unidos pode levar o Fed a manter juros altos por mais tempo, fortalecendo o dólar globalmente.
Impactos no Brasil
O câmbio elevado afeta diretamente setores sensíveis à moeda americana, como importadores e a indústria, além de pressionar a inflação doméstica. Produtos e insumos cotados em dólar ficam mais caros, o que pode impactar consumidores e empresas.
Especialistas alertam que, com o dólar em níveis históricos, o Banco Central pode ser pressionado a intervir para evitar volatilidades excessivas. “O câmbio em R$ 6,08 reflete uma combinação de fatores externos e internos. A definição do Copom sobre a Selic será crucial para sinalizar ao mercado como o Banco Central pretende lidar com esse ambiente”, afirmou um analista de mercado.
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Expectativa para o Copom
A reunião do Copom desta semana deve trazer mais clareza sobre o rumo da política monetária brasileira. Com a Selic atualmente em 12,25% ao ano, há uma expectativa de que o Banco Central possa reduzir os juros, dependendo da leitura dos dados de inflação.
Contudo, a disparada do dólar e seus efeitos sobre os preços podem adicionar cautela às decisões do comitê. Uma redução menor na Selic ou mesmo a manutenção da taxa não estão descartadas.
Olhos atentos à quarta-feira
O desfecho da reunião do Copom e os dados de inflação nos Estados Unidos serão decisivos para os próximos movimentos do mercado cambial. Até lá, a volatilidade deve permanecer alta, com investidores ajustando suas estratégias em um cenário de incerteza local e global.