O primeiro turno das eleições municipais de 2024 foi marcado por uma combinação de disputas acirradas, grandes vitórias e importantes mudanças no cenário político em mais de 5,5 mil municípios brasileiros. O resultado desenhou um novo panorama de poder, com destaque para os partidos que avançaram e para as surpresas que surgiram nas urnas.
Disputas abertas em São Paulo
A corrida pela prefeitura de São Paulo teve um dos resultados mais apertados desta eleição. A diferença entre os três primeiros colocados foi de apenas 1,34 ponto percentual, representando pouco mais de 81 mil votos. Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal protagonizaram uma disputa intensa, com a decisão ficando para o segundo turno. A capital paulista reflete a polarização e a competitividade observadas em muitas cidades importantes.
Vitórias expressivas em capitais
Enquanto algumas cidades viveram disputas acirradas, outras capitais presenciaram vitórias de larga vantagem já no primeiro turno. Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, foi reeleito com 60% dos votos, consolidando sua liderança. Bruno Reis, em Salvador, conquistou impressionantes 78% dos votos, mesma marca alcançada por João Campos em Recife. Em Maceió, JHC obteve 83% dos votos, reafirmando seu domínio político na capital alagoana.
PSD desbanca o MDB
Uma das principais mudanças no cenário político foi a ascensão do PSD, que superou o MDB no número de prefeitos eleitos no primeiro turno, quebrando uma hegemonia de 20 anos. Com um desempenho expressivo, o PSD reafirma sua força nas eleições municipais e desponta como um dos principais partidos do país. Enquanto isso, o PL, de Jair Bolsonaro, lidera o ranking de partidos que disputarão o segundo turno, ampliando sua base de apoio em várias cidades.
O crescimento do PT e o declínio do PSDB
As federações partidárias permitiram que o PT se destacasse nas eleições para prefeito, sendo o único partido a crescer nesse modelo. Por outro lado, o PSDB, que já foi um dos partidos mais influentes nas prefeituras, encolheu significativamente, enquanto o MDB, PP e PSD mantiveram sua liderança no número de vereadores eleitos, consolidando sua presença nas câmaras municipais.
Decepção para políticos famosos
Nem sempre a fama se traduz em votos. Figuras públicas como os jornalistas Datena e Joice Hasselmann, que se candidataram a prefeito e vereadora, respectivamente, não conseguiram obter sucesso nas urnas. O mesmo ocorreu com Zilu Camargo, ex-mulher de Zezé di Camargo, e Alexandre Correa, ex-marido de Ana Hickmann, que também ficaram de fora desta primeira fase das eleições.
Aumento da participação feminina
Embora os homens ainda representem a maioria dos prefeitos eleitos, as eleições de 2024 registraram um aumento na quantidade de mulheres prefeitas eleitas no primeiro turno. A presença feminina, embora ainda distante da paridade, avança lentamente no cenário político, um reflexo das políticas de incentivo à participação das mulheres nas candidaturas.
Alta abstenção
A abstenção voltou a ser um ponto de destaque. O número de eleitores que não compareceram às urnas foi maior que o registrado em 2016, mas ainda inferior ao da eleição de 2020, realizada em meio à pandemia. Este dado reforça a necessidade de discutir a mobilização eleitoral e o engajamento dos eleitores, especialmente em um momento em que o país se encontra em uma fase decisiva para o futuro político.
O primeiro turno das eleições 2024 trouxe à tona disputas intensas e mudanças significativas no cenário partidário, sinalizando novos rumos para o poder municipal e preparando o terreno para o segundo turno, aonde partidos e candidatos continuarão a buscar a confiança do eleitorado.