Em discurso, Lula diz: “Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço desse país…”

Em visita à Bahia, Lula fez alguns comentários em relação a temas que têm sido bastante citados nos últimos dias
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula tece críticas ao Banco Central e ao Mercado Financeiro em evento na capital Salvador, Bahia. Reprodução/G1

Entre alfinetadas e críticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva distribuiu ataques ao Banco Central, que fechou o dia em uma cotação que beirou a marca de R$ 5,69.

Em um dos seus discursos inflamados, na segunda-feira, 01/07, ele disse que não tem que prestar contas aos ricos, mas sim ao povo brasileiro. Este é mais um dos seus discursos que levanta várias críticas ao BC, que estão recorrentes há vários dias. O mercado entende que estes discursos acabam interferindo na política econômica, o que traz sinais claros de descontrole em gastos públicos.

“Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro. Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador desse país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles” disse Lula, em evento na Bahia, onde o governo federal fez anúncios de investimentos.

Viajando pelo país por conta do início das campanhas das eleições municipais, os eventos estão recheados de inaugurações de obras, anúncio de investimentos e várias entrevistas para as rádios dos locais que estão sendo visitados pelo presidente.

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Lula
Em Salvador, Bahia, Lula participa de evento que anunciou diversos investimentos no estado. (Foto: reprodução / Metrópoles)

O presidente acha que o BC tem autonomia para baixar a taxa Selic

A distribuição das críticas não é somente ao Banco Central, mas também ao mercado financeiro. Quando os ataques acontecem ao BC, é sempre na proporção da alta dos juros, principalmente da taxa Selic (juros básicos da economia), que está por volta de 10,5% ao ano. Ele alega que a taxa não deveria estar neste patamar, pois o crescimento do país fica altamente prejudicado.

Nesta segunda-feira, 01/07, Lula diz não achar certo o Banco Central manter o mesmo presidente durante as trocas de chefe do Executivo. Lula expõe publicamente sua insatisfação com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por ser escolhido por Jair Messias Bolsonaro (PL).

Roberto Campos Neto ficará no cargo até o último dia de 2024. Quem poderá ser seu possível sucessor é Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, para liderar a instituição.

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“Quem quer o BC autônomo é o mercado”, disse Lula.

No evento, em Salvador, Bahia, Lula anuncia a construção de policlínicas, contratação de médicos e completou com a assinatura de uma autorização do programa Minha Casa, Minha Vida, onde este pacote de investimentos está em torno de R$ 7 bilhões.

Neste pacote está também incluído energia, educação e cultura. Em mais uma de suas falas e sem citar o presidente anterior, Lula discursou: “Foi aprovado pelo Congresso, a independência do BC. Foi indicado o cidadão pelo governo passado. Eu tenho que ter muita paciência na hora de indicar outro candidato e ver se a gente consegue, sabe, com a maior autonomia possível, que é decência política das pessoas, que o presidente do Banco Central olhe um pouco este país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”.

A declaração acima citada foi dita em uma entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana, Bahia. Nesta terça, 02/07, o presidente ainda na capital baiana, Lula acompanha os eventos de celebrações da Independência da Bahia.

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