Erika Hilton denuncia transfobia de Estado por parte dos EUA

Hilton, deputada federal do PSOL, denunciou o caso de transfobia após seu visto ser emitido com identificação de gênero masculino
Erika Hilton sentada em sua mesa na câmara dos deputados
Erika Hilton denuncia transfobia de Estado por parte dos EUA. Reprodução/Instagram/@hilton_erika

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou um caso de transfobia de Estado por parte do governo dos Estados Unidos, após ter seu visto emitido com a identificação de gênero masculino.

A parlamentar, uma das primeiras mulheres trans a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, classificou o episódio como “transfobia diplomática” e desistiu de participar da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, evento para o qual havia sido convidada para palestrar.

“É uma situação mais do que constrangedora. É uma situação de violência, de desrespeito, de abuso, inclusive, do poder porque viola um documento brasileiro, que é nosso. É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano”, afirmou Hilton.

Segundo a equipe da deputada Erika, o procedimento para emissão do seu visto enfrentou dificuldades desde o início, devido às novas orientações impostas pelo atual governo de Trump. Ao fim, o documento foi emitido, porém com o gênero masculino.

Reversão da agenda de inclusão nos EUA

Desde sua posse, em janeiro deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem tomado uma série de medidas para reverter a agenda de inclusão e diversidade promovida pela gestão anterior.

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O líder americano já assinou medidas executivas que removem programas de diversidade, equidade e inclusão, além de proibir pessoas transgêneras de servir nas forças armadas e bloquear procedimentos de redesignação de gênero para menores de idade.

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Erika Hilton define o ocorrido como “transfobia diplomática”. (Foto: reprodução/Instagram/@hilton_erika)

O Departamento de Estado dos EUA também suspendeu o processamento de solicitações de passaporte buscando o marcador de gênero “X”, alegando que só processaria e emitiria passaportes para pessoas que se identifiquem como homens ou mulheres.

Resposta de Erika Hilton

A deputada Erika Hilton classificou o episódio como um ato de violência institucional e abuso de poder, e afirmou que a situação transcende o âmbito individual, tornando-se uma questão diplomática.

“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, declarou a deputada.

Erika Hilton prepara uma ação internacional para questionar o governo americano e tenta agendar um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

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