Um comunicado divulgado pela Casa Branca nesta terça-feira (15) informou que a China enfrentará tarifas de até 245% sobre suas exportações para os Estados Unidos. A medida é uma resposta às “ações retaliatórias” do país asiático e intensifica a guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.
A divulgação inicial do documento gerou confusão, pois não explicava como os EUA chegaram ao cálculo da taxa. No entanto, o texto foi atualizado posteriormente para esclarecer que a tarifa será aplicada sobre produtos específicos.
“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%”, diz o novo texto.
A Seção 301 da Lei de Comércio dos Estados Unidos autoriza o país a adotar medidas de retaliação contra práticas comerciais de outros países que sejam consideradas desleais. A Casa Branca justifica a tarifa como uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
China x Estados Unidos
A escalada da guerra tarifária entre China e EUA começou em 2 de abril, quando o governo americano impôs uma tarifa de 10% sobre mais de 180 países, além de outras tarifas com valores mais altos para os países com os quais os EUA têm os maiores déficits comerciais. As taxas chegaram a até 50%.
A China, um dos países mais afetados, respondeu aumentando as tarifas sobre as importações americanas. Os EUA, por sua vez, ameaçaram aumentar ainda mais as tarifas sobre os produtos chineses caso o país asiático não recuasse.

Com a recusa da China, que afirmou que lutará até o final, os EUA cumpriram a promessa e elevaram as tarifas. Em resposta, a China também aumentou suas tarifas sobre os produtos americanos.
Negociações em aberto
Apesar dos conflitos, os Estados Unidos declaram-se abertos a discutir um possível acordo comercial com a China. “O presidente deixou bem claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer fazer um acordo com os EUA”, afirmou Katherine Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.
No entanto, ao ser questionado por jornalistas locais sobre as tarifas de 245%, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, recomendou que tais questionamentos fossem encaminhados aos Estados Unidos, já que envolvem os valores aplicados por eles. Ele também reiterou que a China pretende manter sua postura, conforme reportado pelo jornal estatal chinês Global Times.