A chegada de Lewis Hamilton à Ferrari para a próxima temporada vem gerando muita expectativa, especialmente no que diz respeito à parceria do heptacampeão com Charles Leclerc. Segundo Bernie Ecclestone, ex-presidente da Fórmula 1, a escuderia italiana pode já ter o “filho favorito” – e ele não é Hamilton.
Para Ecclestone, Leclerc continua sendo o foco da equipe, deixando dúvidas sobre até onde o britânico poderá ir dentro da Ferrari.
A monarquia vermelha já tem seu príncipe coroado
Ecclestone, que liderou o Campeonato Mundial de F1 por três décadas, não acredita que Hamilton voltará a conquistar um título mundial, mesmo com a mudança de equipe.
O britânico, que deixará a Mercedes com seis campeonatos em seu currículo, terá 40 anos quando vestir o macacão vermelho da Ferrari, algo que, segundo Ecclestone, pode ser um fator limitante: “Acho que ele não conseguirá [vencer um oitavo campeonato],” afirmou o ex-chefe da F1, destacando que Hamilton já não é mais o piloto dominante que conquistou o topo repetidas vezes.
Para ele, a Ferrari aposta em Leclerc como sua prioridade, em parte pelo piloto monegasco ser visto como um talento em desenvolvimento que tem crescido junto à equipe.
Apesar da amizade de ambos e de toda a empolgação que Leclerc demosntra em ter Hamilton como seu parceiro de equipe, afirmando que ele é o seu ‘parceiro dos sonhos’, Charles Leclerc é visto como o filho favorito da equipe e dos Ferraristas, o monegasco é o “príncipe” da equipe vermelha e mesmo que Hamilton seja o maior piloto do mundo atualmente, pode ser difícil conquistar o mesmo amor, mas ele não está tão longe assim.
Ecclestone pontua: “Não acho que será fácil para Lewis, especialmente com essa equipe, porque a Ferrari apoiará Charles Leclerc, que é um piloto rápido e cresceu nessa equipe, portanto não o sacrificarão por nenhum outro piloto.”
Segundo Ecclestone, Ferrari apenas deseja ter o melhor piloto de todos os tempos do lado deles
Mesmo assim, Ecclestone sugere que a chegada de Hamilton foi motivada por uma jogada estratégica – ou, talvez, um pouco de orgulho. Para ele, a decisão de John Elkann, presidente da Ferrari, de trazer Hamilton para Maranello foi uma questão de prestígio, uma tentativa de reafirmar a grandeza da marca ao contar com um piloto que já é uma lenda: “Foi uma jogada de ego de John Elkann. Ele achava que tinha o melhor piloto de todos os tempos. Não há nada que sugira que ele estava errado em sua avaliação na época,” disse Ecclestone.
Hamilton, no entanto, chega em um momento delicado. Suas últimas temporadas com a Mercedes foram marcadas por altos e baixos, e o heptacampeão teve dificuldades de desempenho por conta de um carro totalmente instável que dificultava qualquer movimentação vitoriosa da parte de Lewis.
Apesar de ter conquistado algumas vitórias, as sessões de classificação vêm sendo um desafio, e ele até abandonou o GP dos Estados Unidos após uma rodada. Sobre o futuro da parceria com a Ferrari, Ecclestone conclui com certa melancolia: “Só o tempo dirá se a estrela de Lewis está desaparecendo, o que eu não gosto de ver.”
“Se ele ganhar o oitavo título ou um campeonato pela Ferrari, o cara vai acabar no Vaticano!“, afirmou ex-chefe de equipe da Haas
O chefe de equipe de Lewis, Toto Wolff acredita que seu atual campeão vai conseguir se adaptar bem a equipe adversária. O ex-chefe de equipe da Ferrari, Mattia Binotto, disse que não teria contratado Lewis Hamilton para a Ferrari, se ainda estivesse no comando da Scuderia, por conta do foco ser Charles Leclerc.
“Acho que ele quer tentar fazer a mágica, levar a Ferrari de volta aos vencedores e essa é a motivação dele”, iniciou o ex-chefe de equipe da Haas, Haas Guenther Steiner, ele diz que Lewis é o ‘GOAT’ (o maior de todos os tempos), e completou: “Se ele ganhar o oitavo título ou um campeonato [de construtores] pela Ferrari, o cara vai acabar no Vaticano!“
No fim, a questão permanece – será que Hamilton, mesmo com toda sua grandeza, conseguirá brilhar em uma equipe que parece já ter um favorito? A resposta poderá definir o desfecho de uma das histórias mais aguardadas dos últimos tempos na F1. De qualquer forma, não precisaremos esperar demais, 2025 está logo aí.
