O FBI iniciou uma investigação sobre uma série de mensagens racistas que têm sido enviadas para pessoas negras nos Estados Unidos, com foco em crianças e adolescentes. Segundo a procuradora-geral do estado de Nova Iorque, as mensagens, enviadas por SMS, foram identificadas em ao menos nove estados americanos e seguem um padrão alarmante. Nelas, os destinatários são tratados pelo nome e ameaçados de serem “recrutados” para trabalhos forçados, em uma referência direta ao período de escravidão. Algumas mensagens ainda apresentam referências a apoiadores de Donald Trump, o que gerou grande repercussão e indignação nacional.
Mensagens com teor agressivo e referências históricas
O conteúdo das mensagens causou indignação não só pelo teor ameaçador, mas também pela referência explícita à escravidão. Os destinatários, tratados pelo nome, são informados de que foram “selecionados para colher algodão como escravos”. A escolha das palavras visa um impacto psicológico, remetendo à história de opressão e exploração vivida pela população negra nos Estados Unidos. A procuradora-geral de Nova Iorque, em pronunciamento, afirmou que o teor das mensagens é “extremamente alarmante” e que a situação exige uma resposta imediata das autoridades.
Impacto nas comunidades e ação das autoridades
As denúncias começaram a surgir logo após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições, o que intensificou o clima de tensão em diversas comunidades. Muitos dos alvos das mensagens foram jovens negros, aumentando o temor nas famílias e gerando discussões sobre o impacto psicológico de ataques racistas direcionados especialmente para crianças e adolescentes.
A atuação do FBI, em colaboração com outras agências de segurança, busca rastrear a origem das mensagens e identificar os responsáveis por esse ato de intimidação em massa. Para a procuradora-geral, é essencial que “essas vozes de ódio sejam responsabilizadas”, e enfatizou a importância de fortalecer a proteção às comunidades afetadas.
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Reação da campanha de Donald Trump e esclarecimentos
Com a repercussão do caso, a porta-voz da campanha de Trump se manifestou, declarando que a equipe do presidente eleito “não tem absolutamente nada a ver com essas mensagens”. O comunicado visava esclarecer que a campanha não apoia nenhum tipo de ação discriminatória e repudia qualquer tentativa de associar o nome de Trump a mensagens de ódio.
As autoridades locais, em conjunto com o FBI, estão empenhadas em trazer à tona os responsáveis pela ação e em restaurar a sensação de segurança nas comunidades afetadas. Em Nova Iorque e nos outros estados impactados, foram emitidos comunicados reforçando a importância de relatar qualquer mensagem ou situação semelhante para que a investigação avance.
Impacto e perspectivas de resposta ao ato de ódio
Este incidente reacende o debate sobre racismo nos Estados Unidos e o papel das autoridades na proteção dos grupos historicamente marginalizados. Organizações de direitos civis ressaltam a necessidade de ampliar o combate aos discursos de ódio e de assegurar que as comunidades negras se sintam seguras, especialmente em momentos de grande visibilidade política.
O FBI permanece em alerta e espera avançar na identificação dos responsáveis pelo ato, com a promessa de “agir com rigor” contra qualquer ato de intimidação racial.