Os ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) cancelaram a greve que estava marcada para essa quarta-feira (26). A paralisação atingiria as linhas 11, 12 e 13 e já estava programada desde o dia 20, no entanto, precisava ser confirmada na assembleia de ontem.
@oisarubbi TUDO SOBRE A GREVE DA CPTM!! 🚂 #saopaulo #trem #metro #greve ♬ som original – Nicolas Sarubbi
Por que não teve paralisação?
Em assembleia na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB), os ferroviários das linhas que seriam paralisadas votaram pelo cancelamento da greve que estava prevista para começar às 0h de hoje (26).
Durante a reunião, foi aceito o acordo oferecido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). A proposta do tribunal, sugerida pelo desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto, suspende a greve até o leilão das linhas na Bolsa Valores, que ocorre sexta-feira (28).
No acordo, os trabalhadores podem realizar assembleias nas estações e conversar com as pessoas sobre a concessão das linhas. Os funcionários também estão autorizados a usar roupas pretas como forma de protesto, que foi um pedido do sindicato durante a audiência da tarde de terça (25) em que foi discutida essa “oferta de paz”.

Aprovado em assembleia, o acordo é válido de 0h do dia 26/03 até 23h59 da sexta-feira (28/03), no período os ferroviários devem trabalhar normalmente. Porém, os trabalhadores a favor da greve pretendem fazer um abaixo assinado para alegar que a assembleia descumpriu o estatuto do sindicato, ao não reunir 2% dos sindicalizados, informa o Portal Metrópoles.
Se o abaixo-assinado conseguir 300 assinaturas, terá outra assembleia na quinta (27) para discutir uma paralisação na sexta (28) a partir da meia noite.
Qual o motivo da greve e dos protestos?
As manifestações dos ferroviários são contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM. Por isso, os trabalhadores compareceram em frente à bolsa de valores na manhã de terça (25) em forma de protesto. Além disso, como já informado, os trabalhadores podem conversar com os transeuntes para conscientizá-los sobre a privatização e explicar suas consequências.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, Fernando da Costa, diz que as empresas estão lucrando, mas não investem para a população. O diretor também afirma que as companhias públicas investiram em reformas, capacitação de trabalhadores e veículos, enquanto as linhas privadas executaram cortes de gastos e não investiram em capacitação para funcionários.