GPDA: A revolta dos pilotos da F1 contra a FIA

Chega de humilhação: pilotos se manifestam em prol de seus direitos contra a FIA, em carta aberta pela GPDA, pedindo para serem tratados como adultos, com respeito e transparência
GPDA: A revolta dos pilotos da F1 contra a FIA
GPDA: A revolta dos pilotos da F1 contra a FIA. Reprodução/Instagram/@f1

A paciência acabou! No último fim de semana, durante o GP de São Paulo, um perfil para a Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA) da F1 foi criado no Instagram e como era de se esperar, chamou a atenção dos fãs, com especulações sobre o que fariam, e brincadeiras a respeito de Ayrton Senna, que era conhecido por brigar pelos seus diretos com a FIA, ter sussurrado nos ouvidos de George Russell que é o atual diretor do grupo, sendo acompanhado por Sebastian Vettel e o atual presidente da GPDA, Alexander Wurz.

A carta publicada pela GPDA

A primeira publicação da conta nas redes foi uma carta, cujo já tinha sido anunciada antes, em que o sindicato formado pelos 20 atletas questionam as atitudes da FIA, focando a atenção nas multas e o modo de falar com eles que foi adotado pelo presidente da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), Mohammed ben Sulayem. Eles cobram respeito, transparência e honestidade.

A Associação de Pilotos de Grande Prêmio começou a carta, expressando seu posicionamento sobre diversos aspectos da Fórmula 1, enfatizando primeiramente a importância do respeito às decisões dos árbitros, uma norma em todos os esportes. Os pilotos, como profissionais, compreendem e aceitam que essas decisões devem ser respeitadas, independentemente de concordarem ou não.

A associação dos atletas destacou que seus membros são pilotos no auge do automobilismo, competindo na Fórmula 1, e as corridas representam sempre grandes espetáculos para os fãs. Sobre o uso de palavrões, a GPDA fez uma distinção entre aqueles que são usados de forma casual, como para expressar insatisfação com o clima ou uma situação no carro, e aqueles com a intenção de insulto. Neste contexto, foi feito um pedido ao Presidente da FIA para que também atente ao tom e às palavras que utiliza ao se referir aos pilotos, seja publicamente ou em qualquer outro ambiente, nos fazendo lembrar que o atual presidente já foi acusado de falas racistas e sexistas.

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A GPDA também levantou questões sobre certas regras de comportamento, como o uso de joias e vestimentas, lembrando que seus membros são adultos e não precisam ser instruídos publicamente sobre temas triviais. Além disso, a associação manifestou, ainda, uma antiga preocupação com as multas financeiras aplicadas aos pilotos, ressaltando que estas não são adequadas para o esporte e trazem uma imagem negativa, principalmente pelo fato de não saberem para onde o dinheiro é redirecionado. Foi requisitado pela associação, transparência da FIA sobre como essas multas são alocadas, reforçando a importância de um diálogo aberto e direto para discutir a destinação dos recursos.

Todas as partes interessadas (FIA, F1, as equipes e a GPDA) devem determinar em conjunto como e onde o dinheiro é gasto para o benefício do nosso esporte.

No encerramento, a GPDA reiterou sua intenção de colaborar de maneira construtiva com todos os envolvidos, incluindo a FIA, visando promover o desenvolvimento do esporte e beneficiar todos os que trabalham, assistem e admiram a Fórmula 1. “Estamos fazendo a nossa parte.” sinalizou eles.

Proibição de palavro pela FIA foi a gota d’água para o sindicato

Esse ano, a gota d’água após inúmeras ações contestáveis da FIA, sem dúvida foi a proibição do palavrão aos pilotos. Max Verstappen foi punido com serviço comunitário após soltar um palavrão ao se referir ao próprio carro com insatisfação, durante uma coletiva de imprensa em Singapura, nas semanas que se seguiram, Verstappen protestou contra a FIA com tratamento de silêncio. Logo depois dele, a instituição atacou novamente e pegou Charles Leclerc, o monegasco foi multado em 10 mil euros — aproximadamente R$60 mil — por xingamentos na coletiva de imprensa pós-GP do México, com 50% do total suspenso por 12 meses desde que não cometa reincidências. Sem contar a inúmeras multas aplicadas aos pilotos enquanto competiam.

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No ano de 2022, a organização soltou uma nota informando a nova regra: “Nada de joias”, até então, a figura que tinha estrelava seu andar com os objetos brilhantes e andava livremente pelo paddock, era, e ainda é, Sir Lewis Hamilton. A regra que proíbe os pilotos de utilizar joias, correntes ou piercings durante as corridas foi reforçada durante uma semana do GP de Miami no mesmo ano.

Hamilton não ficou satisfeito com a medida e surgiu como forma de protesto, e em uma coletiva de imprensa, o britânico apareceu com três relógios, diversas correntes e pelo menos oito anéis em protesto contra a norma.

GPDA, Lewis Hamilton protestando contra a FIA
Hamilton em coletiva de imprensa. (Foto: reprodução/X/@rosbergcore)

Em 2022, Lewis foi alvo das ‘regras’ da FIA quando o presidente se incomodou com o protesto de Hamilton contra um ato racista, que resultou em morte, a norma proibiu o uso de camisetas ou quaisquer itens que não o próprio macacão, fechado até o pescoço, durante o pódio. Depois de vencer o GP da Toscana, ele subiu ao pódio com uma camiseta pedindo a prisão dos policiais envolvidos na morte da socorrista afro-americana Breonna Taylor.

GPDA, Hamilton foi punido pela FIA por se levantar contra a morte de uma inocente durante o podio.
Protesto de Lewis com camiseta. (Foto: reprodução/Pinterest/@p300.it)

Os atletas notaram que, apesar das frequentes penalizações, a FIA não esclarece como os fundos arrecadados com essas multas são utilizados. Esse descontentamento culminou em uma carta recente da GPDA, exigindo mais transparência e respeito. Os pilotos buscam saber exatamente para onde vai o dinheiro e qual impacto ele gera para o esporte.

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