Justiça do Rio prorroga prisão de investigados em caso de transplantes com HIV

A Justiça do Rio de Janeiro prorrogou por mais cinco dias a prisão dos investigados no caso de órgãos transplantados contaminados com HIV
Justiça do Rio prorroga prisão de investigados em caso de transplantes com HIV
Justiça do Rio prorroga prisão de investigados em caso de transplantes com HIV. Reprodução/Pinterest/deluca5300

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, na quinta-feira (17), prorrogar por mais cinco dias a prisão dos quatro investigados no caso dos órgãos transplantados contaminados com HIV. A decisão foi motivada por uma manifestação da promotora Elisa Ramos Pittaro Neves, do Ministério Público do Rio de Janeiro, que destacou irregularidades cometidas pelo laboratório PCS Lab Saleme e seus funcionários. A promotora afirmou que o laboratório já havia emitido dezenas de resultados errôneos, incluindo exames de HIV com falsos positivos e negativos, o que colocou em risco diversas vidas.

Condutas reiteradas e indiferença à vida

Segundo a promotora, os investigados, Walter Vieira, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Fernandes dos Santos, são responsáveis por diversas ações indenizatórias por danos morais e materiais, reforçando a gravidade da situação. Elisa Neves enfatizou que “a reiteração dessa conduta demonstra total indiferença com a vida e a integridade física e psicológica de seus clientes e da população na totalidade“. A promotora argumentou que a prisão dos acusados é essencial para a continuidade das investigações, dada a gravidade dos atos, movidos pela “ganância e lucro“, desconsiderando as consequências criminais de suas ações.

Decisão judicial: Prisão necessária para investigação

Na decisão de prorrogar a prisão temporária, a juíza Aline Abreu Pessanha ressaltou que a detenção dos investigados é imprescindível para garantir o andamento das investigações. Ela destacou a necessidade de ouvir as vítimas e outros envolvidos, além de garantir a aplicação da lei penal e identificar outras possíveis vítimas e coautores. A manutenção da prisão visa, portanto, assegurar o cumprimento adequado das investigações e esclarecer os detalhes do crime.

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Reavaliação dos exames continua pendente

Enquanto as investigações avançam, a reavaliação dos exames de sangue de doadores realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme segue em andamento. A Secretaria de Saúde do Estado (SES) está revisando cerca de 286 exames da Central de Transplantes, mas os resultados ainda não foram divulgados. O governador Cláudio Castro havia informado que os laudos estariam prontos até sexta-feira (18), mas a SES não se manifestou sobre o progresso dessa reavaliação.

Investigação em curso

O Governo do Estado do Rio de Janeiro destacou em nota que determinou uma investigação rigorosa sobre o caso, envolvendo múltiplos órgãos para assegurar a identificação completa do crime. A Polícia Civil prendeu o sócio do laboratório, Walter Vieira, e outros três funcionários. Com o avanço das investigações, o caso está sendo conduzido pelo Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), além da Delegacia do Consumidor (Decon). A Controladoria-Geral do Estado também está avaliando os contratos da Fundação Saúde, enquanto uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Estado de Saúde.

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