A abertura da Cúpula de Líderes do G20, nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, foi marcada por um contraste claro nas interações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com outros chefes de Estado. O cumprimento formal entre Lula e o presidente argentino Javier Milei, adversários políticos, chamou a atenção por sua frieza, destoando da recepção calorosa que o anfitrião brasileiro reservou a líderes como Joe Biden, Emmanuel Macron e Giorgia Meloni.

Contraste nas recepções
Enquanto o aperto de mão com Milei seguiu o protocolo estritamente formal, Lula demonstrou sua característica receptividade em interações com outros líderes. Emmanuel Macron, presidente da França, foi recebido com um abraço efusivo e gestos afetuosos que se estenderam para além do cumprimento inicial. O mesmo ocorreu com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, cuja interação foi marcada por sorrisos e uma troca calorosa de palavras.
Até Giorgia Meloni, primeira-ministra de direita da Itália e adversária política de Lula, recebeu uma recepção menos formal, com trocas de beijos e um abraço envolvente. A abordagem tátil de Lula também foi evidente em encontros com Gabriel Boric, do Chile, e António Guterres, secretário-geral da ONU.
Tensão diplomática e expectativas
Nos bastidores, diplomatas brasileiros expressaram preocupação com a postura de Milei, que pode adotar uma linha mais alinhada ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Essa expectativa gera receios de que o argentino dificulte as negociações do texto final da cúpula.
Lula aborda crises globais no discurso de abertura
Lula abriu oficialmente a cúpula às 11h05, destacando temas globais como combate à fome, desigualdades sociais e mudanças climáticas. Ele criticou o investimento em guerras em detrimento de ações humanitárias, afirmando:
“Constato com tristeza que o mundo está pior: Temos o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada.”
O presidente também enfatizou a necessidade de reformas nas instituições de governança global, como o Conselho de Segurança da ONU, e lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma das principais iniciativas do Brasil na presidência do G20.
Brasil no centro das decisões globais
Sob comando brasileiro pela primeira vez, o G20 no Rio de Janeiro traz o Brasil ao centro das decisões internacionais, com foco em inclusão social, transição energética e reforma da governança global. Até o momento, 37 países já aderiram à Aliança Global contra a Fome, fortalecendo a liderança brasileira em temas prioritários.
Enquanto questões protocolares e bastidores políticos ganham destaque, o evento segue como uma oportunidade crucial para discutir soluções globais para os desafios contemporâneos.