Em entrevista concedida à revista norte-americana The New Yorker, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter feito um apelo direto a Vladimir Putin, solicitando o encerramento do conflito na Ucrânia e a reintegração do líder russo ao contexto político internacional.
“Eu telefonei para Putin e disse: ‘Putin, acho que é hora de você voltar à política. Ponha um fim nisso. O mundo precisa de política, não de guerra. Você faz falta. Não há pessoas suficientes para sentar à mesa e discutir o destino do planeta: O que queremos para a humanidade?’”, compartilhou com o jornalista Jon Lee Anderson.
Críticas à estratégia ocidental
Durante a mesma entrevista, Lula manifestou abertamente sua oposição à forma como os Estados Unidos e a Europa têm lidado com Putin, alegando que a estratégia de enfrentamento adotada por essas nações pode gerar efeitos negativos.“Quando você encurrala o inimigo, você precisa ter a força para derrotar esse inimigo, e não é fácil derrotar a Rússia”, afirmou o presidente.

O presidente do Brasil revelou ter discutido o tema com o ex-presidente americano Joe Biden, expressando sua discordância com a postura de “destruir Putin” e forçar a Rússia a reconstruir a Ucrânia.
O presidente do Brasil também expressou preocupação com o impacto da guerra na Europa, sugerindo que o continente arcará com os custos da reconstrução da Ucrânia e do financiamento da OTAN, caso um acordo de paz seja alcançado.
Cessar-Fogo e acusações de violação
A visita de Lula a Moscou ocorre durante o cessar-fogo de três dias decretado por Putin, por meio de um pronunciamento do Kremlin em abril. A “pausa” teve como justificativa “motivos humanitários”, em celebração ao aniversário da vitória russa na Segunda Guerra Mundial. No entanto, a Ucrânia acusou o Kremlin de descumprir o cessar-fogo, denunciando ofensivas contra civis em várias cidades do país.
Lula reiterou seu compromisso com o diálogo e a busca por soluções pacíficas, afirmando que não teria problemas em telefonar para Donald Trump, caso necessário.