Mãe alerta sobre efeitos do vape após falecimento do filho: “Pulmão não reagiu à infecção”

Lia Paiva, mãe de Diego Paiva dos Santos, de 20 anos, alerta sobre os perigos do vape após a morte de seu filho, que sofreu um infarto pulmonar em agosto
Mãe alerta sobre efeitos do vape após falecimento do filho: "Pulmão não reagiu à infecção"
Mãe alerta sobre efeitos do vape após falecimento do filho: "Pulmão não reagiu à infecção". Reprodução/Pinterest/theotooturnt

Aos 20 anos, Diego Paiva dos Santos faleceu em 7 de agosto devido a um infarto pulmonar, após uma infecção generalizada. Sua mãe, Lia Paiva, compartilhou a trágica experiência, alertando sobre os perigos do vape e como o uso prolongado do dispositivo contribuiu para a fragilidade pulmonar do filho, dificultando sua recuperação. Segundo Lia, “o pulmão dele ficou comprometido pelo uso do vape e não conseguiu reagir a uma bactéria“, destacando que a infecção fatal no sistema respiratório de Diego agravou-se pela condição de seus pulmões.

Tudo começou com uma lesão no ombro durante uma sessão de jiu-jitsu. Inicialmente, Diego e sua família acreditaram ser apenas uma inflamação comum. No entanto, uma bactéria alojada no ombro acabou desencadeando uma infecção generalizada. Apesar da resposta positiva de órgãos como o coração, rins e fígado ao tratamento, o pulmão do jovem não mostrou sinais de recuperação e, no quinto dia de internação, ele sofreu um infarto pulmonar, condição que interrompe o fluxo sanguíneo do coração para o pulmão, dificultando a oxigenação e podendo levar ao óbito.

Vape: um perigo escondido

Diego começou a fumar vape aos 15 anos, hábito que continuou durante cinco anos. Mesmo após tentativas da mãe de conscientizá-lo sobre os riscos, Diego mantinha o uso compulsivo do cigarro eletrônico, ignorando os alertas médicos sobre os danos à sua saúde pulmonar. Segundo a pneumologista Margareth Dalcolmo, os dispositivos eletrônicos causam inflamação e destroem a estrutura pulmonar, efeitos que podem ser irreversíveis. Dalcolmo também destacou a intensidade da dependência causada pelo vape, afirmando que, em média, os usuários consomem o equivalente a 400 cigarros semanais, o que acelera o desenvolvimento de doenças respiratórias.

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Riscos crescentes e uso entre jovens

O vape, embora proibido no Brasil desde 2009, tornou-se um dispositivo amplamente utilizado, especialmente entre os jovens. Dados do IPEC revelam que o número de usuários de cigarro eletrônico quadruplicou no país entre 2018 e 2022, saltando para 2,2 milhões de usuários. Além disso, quase 20% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos já experimentaram o dispositivo, enquanto a Vigilância Sanitária de São Paulo, em parceria com o Incor, indica que a intoxicação por nicotina no uso de vape é até seis vezes maior do que a do cigarro convencional.

Em estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisadores identificaram compostos tóxicos como formaldeído, acetona e até octodrina, substância similar à anfetamina. Esses elementos, altamente prejudiciais à saúde, estão associados a quadros de intoxicação grave e dependência, reforçando o alerta da comunidade médica sobre os riscos do vape.

Reflexões e o Apelo por Conscientização

A dor da perda de um filho levou Lia Paiva a reforçar a importância de alertar outras famílias sobre os riscos do cigarro eletrônico, ainda tão desconhecidos por muitos. A causa maior foi a bactéria, mas o pulmão não reagiu pelo uso excessivo do vape, ressalta Lia, enfatizando o quanto o dispositivo enfraqueceu a capacidade de Diego de lutar contra uma infecção. Essa tragédia trouxe à tona a urgência de conscientizar sobre os riscos do vape, principalmente entre os jovens que se expõem diariamente aos perigos desse hábito.

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A história de Diego e o testemunho de sua mãe servem como um alerta poderoso sobre os riscos ocultos do vape e a importância de informar e proteger a saúde pulmonar, evitando que outros jovens sofram as consequências devastadoras dessa prática.

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