O fenômeno do trap no Rock in Rio

Artistas consagrados unem-se para transformar o gênero no Palco Mundo
O fenômeno do trap no Rock in Rio
O fenômeno do trap no Rock in Rio. Reprodução/Pinterest/@emidomatue30

No dia 21 de setembro, o Rock in Rio abrirá suas portas para uma das mais aguardadas e inovadoras apresentações da atualidade: o Pra Sempre Trap. Neste espetáculo, que promete marcar história no Palco Mundo, sete dos maiores representantes do trap brasileiro estarão reunidos para uma experiência musical sem precedentes. Nomes como Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi, MC Ryan SP e Veigh compõem esse elenco estelar.

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MC Ryan SP. (Foto: reprodução/Pinterest/@mmalukinha19)

Juntos, esses artistas acumulam uma presença massiva tanto nas plataformas de reprodução quanto nas redes sociais. Com sete canções simultaneamente no Billboard Brasil Hot 100 e mais de 75 milhões de ouvintes mensais no Spotify, sua relevância é indiscutível. Além disso, os trappers conquistaram uma legião de admiradores nas mídias digitais, com mais de 66 milhões de seguidores apenas no Instagram.

Este cenário coloca o Pra Sempre Trap como um evento único, onde, como alguns dizem, “os Vingadores do trap” se unem para uma apresentação histórica. Contudo, como ressalta Zé Ricardo, vice-presidente artístico da Rock World, a escolha dos artistas não se deu apenas pelos números, mas também pela qualidade intrínseca de suas apresentações e pela capacidade de dialogar com o público jovem.

A construção de um espetáculo memorável

Zé Ricardo, responsável por orquestrar essa fusão de talentos, esclarece que o espetáculo terá duração aproximada de uma hora, estruturado em blocos que permitirão a participação de cada artista de maneira individual, mas com momentos de interação e apresentação de participações inéditas.

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A busca pela sintonia perfeita entre os artistas e o público é um dos grandes desafios de quem organiza um festival dessa magnitude. Para atingir o nível de assertividade desejado, Ricardo mantém um diálogo próximo com os próprios trappers, buscando identificar as conexões mais harmônicas entre os artistas, além de ouvir o retorno de casa. Ele acredita que o trap, hoje, representa para os jovens o que o rock significou na década de 1980, trazendo à tona uma identificação geracional profunda.

“Quando cheguei em casa e meu filho, que é adolescente, disse: ‘Esse dia vai ser maneiro, hein?’, tive certeza de que ele falava com sinceridade, porque ele nunca tem cerimônia para criticar”, comenta o vice-presidente artístico.

Matuê e seu álbum “333”: um marco na carreira do artista

Recentemente, um dos grandes nomes do trap, Matuê, lançou seu mais novo álbum, intitulado 333. O trabalho, que chegou ao público na segunda-feira, 9 de setembro, conta com 12 faixas e traz colaborações de artistas de peso, como Teto e Veigh, entre outros.

O lançamento de “333” foi marcado por uma ação inusitada: Matuê realizou uma transmissão ao vivo diretamente do topo de uma estrutura montada no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Durante a gravação ao vivo, que ocorreu por volta das 14h no YouTube, cerca de 45 mil pessoas acompanharam o evento, reafirmando a força do artista nas plataformas digitais.

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“Após o sucesso de Máquina do Tempo, enfrentei um longo período de bloqueio criativo. Precisava me reconectar com o que realmente importava, e esse processo de amadurecimento pessoal é narrado nas faixas de 333”, relata o rapper. A seguir, confira a lista de músicas do álbum:

  1. Crack com Mussilon
  2. Imagina Esse Cenário (ft. Veigh)
  3. Isso é Sério (ft. Brandão85)
  4. 1993
  5. 4Tal (ft. Teto)
  6. O Som
  7. 04AM
  8. Castlevania
  9. V de Vilão
  10. Maria
  11. 333
  12. Like This!

A polêmica com a Sony e o lançamento de um “álbum falso”

Em um movimento inesperado, Matuê lançou um “álbum falso” no último dia 5 de setembro, por meio de uma lista musical no Spotify, com 24 faixas, a maioria com menos de um minuto de duração. Este lançamento inusitado aconteceu logo após o rapper cearense tentar encerrar seu contrato com a Sony Music, oferecendo sobras de canções inacabadas. Este gesto intensificou a disputa entre o artista e a multinacional, cuja relação já estava desgastada. As faixas desse álbum-diss, intitulado Sabor Overdose No Yakisoba, parecem funcionar como fragmentos de um documentário, revelando os bastidores dessa conturbada relação.

Com essa ação ousada, Matuê reforça seu lugar não apenas como um criador musical, mas também como uma figura polêmica e inovadora no cenário do trap brasileiro.

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