A Federação Paranaense de Futebol (FPF) afastou, por tempo indeterminado, a equipe de arbitragem que atuou na partida entre Paraná Clube e FC Cascavel, realizada na última quarta-feira (29), pela sexta rodada do Campeonato Paranaense. O afastamento ocorreu devido ao fato de o Paraná Clube ter realizado seis substituições durante o jogo, uma a mais do que o permitido pelo regulamento da competição.
Em nota oficial, a FPF declarou que a medida foi tomada em razão do “grave equívoco cometido na partida, em que foram realizadas seis substituições pela equipe mandante, sendo que apenas cinco trocas são permitidas“. A Federação também informou que está “tomando as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades“.
Equipe envolvida e posicionamento do Paraná Clube
Durante o confronto na Vila Capanema, o técnico Tcheco, em sua reestreia pelo Paraná Clube, efetuou seis substituições, excedendo o limite de cinco alterações estabelecido pelas regras. A única exceção seria em casos de concussão, o que não ocorreu nesta partida. A equipe de arbitragem foi composta pelo árbitro André Ricardo Martins, os assistentes Leandro Polli Glugoski e Lucas Henrique Gowatiski, o quarto árbitro Matheus Scavinski, o delegado Vinicius Santos Gregório e o assessor/inspetor Luiz Alberto Alves de Abreu.
Após o término do jogo, que terminou empatado em 0 a 0, Tcheco explicou a situação em entrevista coletiva: “Geralmente, o quarto árbitro e o delegado da partida entregam os papéis [das substituições] para a comissão técnica. Foram passados seis papéis. Temos nossa responsabilidade e a arbitragem também. Quando faço as substituições, pergunto quantas restam e vamos de acordo com os papéis. Não vem um por um, ficam todos grudados. Não nos atentamos, não quero tirar nossa responsabilidade, mas devido ao número de papéis realizamos essa operação.“
Na súmula (documento que registra todas as informações de um jogo de futebol), o árbitro André Ricardo Martins registrou as seis substituições, mencionando que, aos 29 minutos do segundo tempo, ocorreram duas substituições simultâneas, totalizando seis trocas em três momentos distintos.
Em entrevista ao GE, o presidente do FC Cascavel, Valdinei Silva, defendeu que o Paraná Clube seja punido com a perda do ponto conquistado, posicionando-se contra a anulação da partida. Valdinei alega que não defende a anulação do jogo, porque tal ato beneficiaria o infrator, já que o calendário do campeonato Paranaense está super apertado e o FC Cascavel está a 500km de Curitiba.
Além disso, o presidente alegou que o departamento jurídico está trabalhando no caso. Caso haja denúncia, caberá ao Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) analisar e julgar o caso. O time também publicou uma nota oficial em suas redes sociais.

A FPF segue apurando as responsabilidades e deverá anunciar em breve as medidas a serem tomadas em relação ao ocorrido.
Polêmicas recentes na arbitragem do futebol brasileiro
A arbitragem no futebol brasileiro tem sido alvo de diversas controvérsias nos últimos anos, com decisões questionáveis que impactaram resultados e geraram debates acalorados. Um exemplo marcante ocorreu em 2024, durante a 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afastou sete profissionais de arbitragem devido a erros significativos em partidas envolvendo Palmeiras, Flamengo e Fluminense. Esses afastamentos foram motivados por decisões polêmicas, como a marcação de pênaltis controversos e expulsões questionáveis.
Em outra ocasião, o atacante Hulk, do Atlético-MG, criticou duramente a atuação do árbitro Bruno Arleu de Araújo após um empate contra o Bahia. Hulk expressou insatisfação com a não marcação de um pênalti e a falta de revisão pelo VAR, afirmando que “o VAR está mandando no futebol brasileiro”.
Além disso, clubes como o Goiás e o Athletico-PR formalizaram reclamações à CBF devido a decisões de arbitragem que consideram prejudiciais às suas partidas. Essas ações refletem a crescente insatisfação com a qualidade e a consistência das decisões dos árbitros no cenário nacional.