A positividade tóxica: quando o otimismo passa dos limites

Positividade tóxica: a insistência em um otimismo constante pode silenciar emoções negativas essenciais ao crescimento pessoal
A positividade tóxica: quando o otimismo passa dos limites
A positividade tóxica: quando o otimismo passa dos limites. Reprodução/Pinterest

“Pense positivo”, “vai dar tudo certo”, “querer é poder”… Frases como essas invadem as redes sociais e são repetidas como mantras de uma cultura de pensamento positivo, uma positividade tóxica que se tornou quase normativa. Essa atitude “sempre positiva” se alinha perfeitamente ao ideal de uma sociedade de consumo, que promove modelos incansáveis de energia, produtividade e performance. Mas será que tamanho otimismo é realmente saudável?  

Fugir das emoções negativas pode fazer mal à saúde mental

Psicólogos e especialistas em saúde mental têm alertado para os perigos dessa mentalidade, que prioriza a fuga das emoções negativas a qualquer custo. Esse comportamento, conhecido como positividade tóxica, consiste em forçar uma atitude otimista em todas as situações, ignorando ou silenciando emoções como tristeza, medo e raiva — tanto em si quanto nos outros.  

A questão central não é descartar a importância do otimismo, mas reconhecer que ele tem limites. Quando sentimentos desconfortáveis são reprimidos, a psique pode sofrer consequências. Evitar emoções negativas, como a tristeza e a frustração, é como tentar abafar um alarme que está avisando sobre algo importante. Esses sentimentos desempenham um papel essencial no processo de crescimento e adaptação, apontando áreas que precisam ser trabalhadas e ajustadas.  

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Positividade tóxica e a fuga dos sentimentos negativos. (Foto: reprodução/Pinterest)

De acordo com especialistas, a positividade excessiva, ao ignorar esse aspecto fundamental da experiência humana, pode gerar mais sofrimento do que alívio. Emoções desagradáveis existem por uma razão: elas ajudam a processar perdas, lidar com mudanças e crescer a partir das dificuldades. Sem elas, as pessoas se tornam emocionalmente frágeis e incapazes de enfrentar os desafios da vida.  

A positividade excessiva alimenta o consumismo

A cultura da positividade extrema está fortemente ligada à ideia de sucesso e produtividade promovida pela sociedade contemporânea. Ela exige que as pessoas se mostrem constantemente felizes e bem-sucedidas, criando um ciclo de comparação e pressão social que pode ser prejudicial à saúde mental. Ao mesmo tempo, promove o consumo desenfreado de produtos como vitaminas, energéticos e medicamentos para sustentar esse ideal de performance inabalável.  

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Positividade tóxica. (Foto: reprodução/Pinterest)

No entanto, o equilíbrio emocional só é alcançado quando aceitamos a complexidade da vida, com suas alegrias e dores, avanços e retrocessos. Validar emoções negativas e buscar compreender o que elas significam é o primeiro passo para uma verdadeira positividade. Esse processo exige autocompaixão, reflexão e, muitas vezes, apoio profissional, mas é fundamental para o desenvolvimento da resiliência e da saúde emocional.

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A positividade saudável não é sobre ignorar a dor, mas enfrentá-la com coragem. É sobre reconhecer que, às vezes, as coisas não ficam bem imediatamente e que está tudo bem sentir-se vulnerável. Aceitar a totalidade da experiência humana, em toda a sua imperfeição, é o que realmente fortalece. Afinal, a verdadeira felicidade não reside na negação do sofrimento, mas na capacidade de aprender com ele.

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