Com a alta no preço dos alimentos e da inflação, os brasileiros acham uma forma de comprar mais barato no mercado: adquirir os produtos próximos do prazo de validade.
Solução para comprar mais barato
Várias promoções, produtos que ficam mais baratos a cada dia que passa, afinal, que tipo de mercado é esse? Com a alta da inflação, cresce um novo tipo de estabelecimento, aqueles especializados em produtos FIFO, ou seja, próximo do prazo de validade.
Diferente dos mercados comuns, em que os itens próximos ao vencimento costumam ficar em gôndolas ou seções separadas, na Grande São Paulo, um mercado de bairro vende apenas o que está próximo de vencer, resultando em preços mais baratos.
Picanha a R$ 39,99, uma promoção que fez o mercado vender quase 1 tonelada de carne neste dia. Outras promoções, como cinco cartelas com 35 potinhos de iogurte por R$ 10, também fazem sucesso entre os clientes.
E não é só em São Paulo que existem os mercados especializados em FIFO, Belo Horizonte (MG) também tem um estabelecimento deste tipo. Segundo a supervisora administrativa do mercado em Minas, Cristiane Lara, o local teve um aumento de 30% a 40% em suas vendas após se especializar nesse tipo de produto.

Porém, os donos dos mercados precisam ter cuidado na hora de selecionar e organizar o que será vendido, pois a venda de produtos vencidos é crime. Segundo o artigo 7º, inciso IX da Lei 8.137/90, a exposição ou comercialização de mercadorias com o prazo de validade vencido é uma infração contra o consumidor que pode levar à multa ou detenção de dois a cinco anos.
Bom para o comércio e para o consumidor
Esse tipo de estabelecimento surge como uma solução para a população comprar mais barato e o comércio lucrar, e evitar perdas e desperdício. Nesse tipo de negócio, é possível comprar e vender produtos até 90% mais baratos e o segredo é a data de vencimento.
A coordenadora do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Talita Pinto, diz, em entrevista ao Jornal Nacional, que essa é uma alternativa “ganha-ganha” uma vez que os consumidores compram mais barato e o varejista reduz o desperdício.