Slipknot no 1° dia do Knotfest Brasil 2024

Slipknot e apresentação histórica marca a estreia do baterista brasileiro Eloy Casagrande, intensamente aclamado pelos admiradores
Slipknot no 1° dia do Knotfest Brasil 2024
Slipknot no 1° dia do Knotfest Brasil 2024. Reprodução/Pinterest/@basement_0

O Slipknot, uma das bandas mais emblemáticas da música pesada das últimas duas décadas, encerrou o primeiro dia do Knotfest Brasil 2024 em grande estilo. A atmosfera de expectativa era palpável enquanto o público entoava em uníssono o nome do baterista brasileiro Eloy Casagrande, que se apresentava pela primeira vez com o grupo em território nacional. Substituindo Jay Weinberg, Casagrande, anteriormente integrante do Sepultura, gerou enorme comoção ao assumir sua nova e prestigiosa posição, projetando ainda mais seu nome no cenário internacional.

Slipknot
Eloy Casagrande. (Foto: reprodução/Pinterest/@EdenRhamon)

Uma abertura monumental para uma noite singular

O espetáculo iniciou com um aumento notório no volume do sistema de som, quando foi executada a icônica música “For Those About to Rock (We Salute You)” da banda AC/DC. Com um atraso de dez minutos em relação à programação oficial, o aguardado momento estava prestes a se concretizar. No auge da introdução da canção, o grito de “FIRE!” de Brian Johnson reverberou, seguido pela explosão simbólica de canhões. No entanto, ao invés de uma combustão literal, a escuridão tomou conta do palco, recriando um ambiente sombrio, similar ao visto na apresentação do Ratos de Porão no palco Maggot Stage.

A entrada triunfal e o início do espetáculo

A introdução “742617000027”, retirada do álbum homônimo do Slipknot — excluindo-se “Mate. Feed. Kill. Repeat.” (1996), considerada uma demonstração oficial —, intensificou a ansiedade da plateia, que sob uma garoa fina apontava celulares para o palco, aguardando o desenrolar do espetáculo. O grupo americano, com suas icônicas máscaras que remetiam aos primeiros anos de sua trajetória, subiu ao palco com uma sequência arrasadora de canções: “(sic)”, “Eyeless” e “Wait and Bleed”. A euforia tomou conta do público, que em êxtase acompanhava cada movimento, levando muitos a acreditarem que estavam presenciando a celebração dos vinte e cinco anos do lendário álbum de 1999 — previsto, na realidade, para o segundo dia do festival.

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O vocalista Corey Taylor, sempre carismático, saudou a plateia com energia, agradecendo pela recepção entusiástica. Em seguida, a banda executou o sucesso “Antes que Eu Esqueça” (Before I Forget), do álbum Vol. 3: (Os Versos Subliminares), de 2004. Ficou claro, a partir deste momento, que a apresentação seria dedicada aos grandes sucessos da carreira do grupo niilista, como evidenciado pela reação eufórica do público, que abria rodas de dança caótica em vários pontos da pista.

A presença marcante de Eloy Casagrande e a força coletiva do Slipknot

O desenrolar do espetáculo manteve-se dentro dos moldes característicos do Slipknot. Os percussionistas Shawn “Palhaço” Crahan e Michael Pfaff protagonizavam cenas de terror no palco, enquanto os guitarristas Mick Thomson e Jim Root travavam seus riffs vigorosos, ocasionalmente adicionando solos intensos e dissonantes, com o auxílio do DJ Sid Wilson, que se apresentava já recuperado de graves queimaduras sofridas em agosto. Alessandro Venturella, por sua vez, chamou atenção com a iluminação no braço de seu contrabaixo enquanto percorria o palco, mas foi o baterista Eloy Casagrande quem monopolizou as atenções, sendo constantemente focado nos telões.

O desafio de integrar um novo baterista à sonoridade peculiar do Slipknot — um posto que outrora pertencera ao falecido fundador Joey Jordison — foi enfrentado com maestria por Casagrande. Sua apresentação trouxe uma dose extra de entusiasmo à banda, ou talvez tenha sido o calor da recepção em sua terra natal que intensificou sua presença. O tempo dirá se sua trajetória ao lado do Slipknot será longa, mas, por ora, o brasileiro brilhou intensamente.

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Após intensos coros em canções como “Psicossocial” (Psychosocial) e “O Hino Herege” (The Heretic Anthem), euforia que não foi menor em faixas como “O Diabo em Mim” (The Devil in I) e “Insantificado” (Unsainted), a introspectiva “Vermilion” encerrou a primeira parte da apresentação, após cerca de uma hora e dez minutos de música.

Um bis arrebatador e o encerramento apoteótico

Após quase três minutos de espera, os ruídos característicos do som do Slipknot retornaram, prenunciando o bis. Antes de executar a primeira música, Corey Taylor novamente interagiu com a plateia, agradecendo a presença de todos no festival. O grupo então apresentou “Dualidade” (Duality), que despertou nova onda de frenesi no público, com coros intensos que ressoaram por todo o estádio Allianz Parque.

O ápice do espetáculo foi alcançado com as execuções energéticas de “Cuspindo” (Spit It Out) e “Emergindo” (Surfacing). Ao final, Eloy Casagrande foi calorosamente abraçado por seus colegas de banda, sendo ovacionado pelo público ao deixar o palco. O repertório, que não incluiu o sucesso “Pessoas=Excremento” (People=Shit), do álbum Iowa (2001), nem o tradicional momento de agachamento coletivo seguido de um salto conjunto, reservou essas surpresas para a próxima apresentação, previsto para o domingo.

Repertório do Slipknot — Knotfest Brasil — São Paulo

  • Local: Allianz Parque
  • Data: 19 de outubro de 2024
  • Turnê: “Aqui Vem a Dor” (Here Comes the Pain)

Repertório:

  • Intro: For Those About to Rock (We Salute You) (canção da AC/DC)
  • Intro: 742617000027
  1. (sic)
  2. Eyeless
  3. Wait and Bleed
  4. Before I Forget
  5. Disasterpiece
  6. Psychosocial
  7. The Devil in I
  8. The Heretic Anthem
  9. Unsainted
  10. Custer
  11. Prosthetics
  12. Vermilion

Bis: 13. Duality 14. Spit It Out 15. Surfacing

  • Encerramento: ‘Til We Die

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