Trump eleito presidente dos Estados Unidos pela 2° vez: projeção da Associated Press

A reeleição e o retorno ao poder de Trump
Trump eleito presidente dos Estados Unidos pela 2° vez: projeção da Associated Press
Trump eleito presidente dos Estados Unidos pela 2° vez: projeção da Associated Press. Reprodução/Pinterest/@alphacasts

Em uma projeção historicamente aceita nos Estados Unidos, a Associated Press anunciou nesta quarta-feira (6) que Donald Trump será o 47º presidente do país, após garantir a maioria dos votos no Colégio Eleitoral. Aos 78 anos, o republicano retorna à Casa Branca após uma vitória decisiva sobre a democrata Kamala Harris, marcando sua segunda ascensão ao cargo máximo do Executivo. A cerimônia de posse está marcada para 20 de janeiro de 2025, e Trump contará com o respaldo de um Congresso de maioria republicana, controlando tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado.

A projeção foi anunciada por volta das 7h30, quando a vitória de Donald em Wisconsin o fez ultrapassar a barreira de 270 delegados eleitorais, a qual é considerada inatingível por sua adversária, mesmo que a contagem final de votos ainda não tenha sido concluída. Com essa vitória, ele obteve também vitórias em estados estratégicos como Pensilvânia, Carolina do Norte e Geórgia, com vantagem ainda em Michigan, Nevada e Arizona.

Sistema eleitoral e confiabilidade da projeção

Diferente de sistemas eleitorais centralizados, como o brasileiro, os Estados Unidos não possuem um tribunal eleitoral nacional. Cada estado é responsável pela apuração de votos, e o processo de contagem pode se estender por semanas. Contudo, a projeção de veículos de comunicação, como a Associated Press, é amplamente respeitada e considerada confiável, baseando-se em análises estatísticas robustas que historicamente antecipam o resultado das eleições presidenciais.

Fundada há 178 anos, a Associated Press é considerada uma das fontes mais respeitadas no acompanhamento e divulgação de resultados eleitorais nos Estados Unidos.

Primeiro presidente reeleito com condenações judiciais

A vitória de Donald nesta eleição representa um marco inédito na história norte-americana. Donald se torna o primeiro presidente a retornar ao poder após ser condenado judicialmente. Em maio de 2024, ele foi considerado culpado por fraude contábil, após classificar como despesa de campanha um pagamento feito a uma ex-atriz de filmes adultos. O valor teria sido destinado a Stormy Daniels para silenciar uma alegada relação durante a campanha presidencial de 2016.

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Além dessa condenação, Trump enfrenta outros três processos, com dezenas de acusações pendentes. Um dos processos inclui uma acusação de tentativa de reverter ilegalmente a eleição presidencial de 2020. Mesmo com a reeleição, ele poderá ser obrigado a enfrentar julgamentos e até a possibilidade de cumprir pena durante seu mandato, caso seja condenado.

Ascensão política e ideologia conservadora de Trump

Donald Trump ingressou na política em 2016, vencendo a candidata democrata Hillary Clinton e levando o Partido Republicano a adotar posturas mais extremas na direita conservadora. Em sua atual campanha, Trump reforçou essa tendência, prometendo executar a maior deportação de imigrantes ilegais na história americana.

Seu primeiro mandato foi marcado pela polêmica construção do muro na fronteira com o México, um projeto incompleto que ainda enfrenta divisões no Congresso. Em sua primeira gestão, Trump retirou os Estados Unidos de acordos históricos, como o acordo nuclear com o Irã e o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, ações que geraram repercussão internacional.

Durante sua campanha atual, Trump voltou a criticar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), reforçando a necessidade de que os aliados europeus aumentem seus gastos em defesa.

Marcos polêmicos e conquistas na presidência

Durante sua gestão inicial, Trump nomeou três juízes conservadores para a Suprema Corte, aprovou cortes de impostos que beneficiaram grandes empresas e revogou diversas regulamentações governamentais. Em seu governo, no entanto, também enfrentou dois processos de destituição e críticas intensas devido à sua gestão da pandemia de COVID-19.

Vida pessoal: três casamentos e o império financeiro

Trump é casado com Melania Trump, sua terceira esposa, com quem tem um filho, Barron. Além de Barron, Trump tem outros quatro filhos de relacionamentos anteriores. A ex-modelo eslovena Melania manteve um perfil discreto tanto na campanha quanto em seu papel como primeira-dama entre 2017 e 2021.

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Com uma fortuna estimada em aproximadamente 6,5 bilhões de dólares, Trump construiu um império no setor imobiliário e hoteleiro com alcance internacional. Sua carreira como personalidade da TV, sobretudo com o programa televisivo O Aprendiz, consolidou sua imagem pública, contribuindo para que seu nome se tornasse uma marca reconhecida globalmente. Embora alegue ter construído sua fortuna a partir do zero, Trump recebeu apoio financeiro substancial de seu pai, Fred Trump, empresário imobiliário que o escolheu como sucessor dos negócios familiares.

O polêmico mentor e a ascensão na década de 1980

Em 1980, Trump enfrentou seu primeiro grande processo judicial, acusado de discriminação racial. Com a orientação do advogado Roy Cohn, figura controversa e influente da política americana, Trump adotou uma postura agressiva, característica que marcaria sua carreira política e empresarial. Com o apoio de Cohn, Trump consolidou seu nome em Manhattan, construindo a Trump Tower, e mais tarde expandindo sua atuação para a televisão, consolidando sua marca como um símbolo de sucesso e polêmica.

Legado e o futuro do mandato

Embora tenha perdido as eleições de 2020 para Joe Biden, Trump retorna agora ao cenário político dos Estados Unidos com uma promessa de “cumprir as promessas feitas”. Sua reeleição, no entanto, coloca o país em um momento delicado, com um líder cuja trajetória está permeada de controvérsias judiciais, desafios internacionais e uma profunda polarização política.

Com uma agenda que visa intensificar medidas de controle de imigração e reforçar o conservadorismo nos tribunais, Trump inicia seu segundo mandato prometendo união, mas enfrentando também desafios jurídicos que poderão influenciar seu legado e o rumo da política norte-americana.

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