O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quarta-feira (26), a taxação de 25% em todos os carros importados no país. Essa medida, prevista para começar na próxima semana, é mais uma da guerra comercial promovida pelo político e deve aumentar os preços e prejudicar a produção.
O que significa essa medida?
“O que vamos fazer é aplicar uma tarifa de 25% para todos os carros que não são fabricados nos EUA“, disse Trump. O presidente incentivou que as empresas voltem a produzir em solo norte-americano, dizendo que, se o carro for fabricado no país, não será taxado. As tarifas estão previstas para entrar em vigor no dia 2 de abril.

Desde fevereiro, Trump já adiantava essa possível taxação que, na opinião de especialistas do setor automotivo, ouvidos pelo G1, irá aumentar os preços e prejudicar a produção, com a possibilidade de aumentar o custo para o consumidor. Após o anúncio, as ações de montadores nos EUA tiveram uma queda.
Além dos automóveis, as autopeças importadas também serão taxadas, porém, isso deve acontecer no próximo mês, quem fará o aviso é o Registro Federal. Trump chegou a ser questionado sobre a interferência de Elon Musk, dono da Tesla, na decisão, mas negou.
Outras tarifas de Trump
A taxação sobre automóveis foi anunciada uma semana antes do início da aplicação de tarifas globais recíprocas. Sobre a última, Trump afirma que as taxas serão menores do que as cobradas pelos outros países.
Entre as tarifas aplicadas recentemente, está a taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Essa medida atinge o setor siderúrgico de países que são parceiros comerciais dos EUA, como Canadá, México e Brasil (segundo maior fornecedor de aço para os norte-americanos).
Trump também ameaçou aplicar uma taxa de 200% sobre vinhos e outras bebidas alcoólicas com origem na União Europeia, caso os países do bloco não removam a taxação de 50% sobre o uísque estadunidense.
O presidente norte-americano diz que essas tarifas têm o objetivo de combater déficits comerciais e problemas como a travessia de migrantes sem documentação e tráfico de fentanil, questões ocorrentes nas fronteiras. Essas medidas que promovem aumento sobre tarifas de importação e reforçam a política anti-imigração podem causar um aumento da inflação no país.
Uma desaceleração da economia norte-americana afeta todos os países, inclusive o Brasil, que terá, como uma das consequências, o aumento da oferta de produtos chineses, uma vez que, com os EUA importando menos produtos do país asiático, a China terá que procurar outros mercados.