Em um GP de São Paulo absolutamente caótico, com recorde de espectadores, Max Verstappen mostrou porque é um verdadeiro campeão e, de forma totalmente inesperada, foi seguido pela equipe da Alpine com Ocon em P2 e Gasly em P3.
Largando da 17ª posição, o holandês não só escalou o pelotão com uma combinação espetacular de habilidade e ousadia, mas também se beneficiou de uma série de incidentes com bandeiras vermelhas e amarelas, e estratégias que o levaram à vitória.
Com essa conquista, Verstappen chega muito próximo do tetracampeonato mundial, precisando de apenas uma pontuação mínima frente ao vice-líder Lando Norris na próxima etapa em Las Vegas.
Se algo pode acontencer, com certeza VAI CONTECE em Interlagos
Desde o início, o GP do Brasil foi um espetáculo de emoções em Interlagos, começando no sábado, por conta da chuva forte, a qualificação e a homenagem ao piloto Ayrton Senna precisaram ser adiadas para a manhã de domingo, começando às 7h30min.
O caos começou já nas voltas de aquecimento, com Lance Stroll se acidentando, cometendo erro de principiando ao ‘girar’ na pista, não uma, mas duas vezes em menos de 30 segundos, com direito a plateia gritando e suplicando pelo nome de Felipe Droughvich, com o desejo de que Stroll fosse substituído pelo piloto brasileiro que ainda aguarda sua chance na Fórmula 1 e permanece como piloto reserva da Aston Martin, equipe cujo pai de Stroll é o dono.
George Russell se destacou logo de cara, com uma largada linda, assumindo a liderança perdida de Lando Norris na primeira curva, numa manobra precisa e agressiva que revelou ainda mais seu talento. Enquanto isso, Verstappen avançava com uma performance implacável, sem dar tréguas a quem encontrava pela frente, de Lewis Hamilton a Pierre Gasly.
O grande momento da corrida foi, sem dúvidas, a batalha entre Verstappen e Esteban Ocon. O francês da Alpine, numa exibição brilhante, conseguiu segurar a liderança por várias voltas, mesmo sob forte pressão do holandês. Com uma pilotagem calculada e corajosa, Ocon fez os fãs vibrarem ao desafiar o tricampeão, mas acabou cedendo a liderança após uma relargada, reconhecendo depois que “não havia como segurar Max”.
Pierre Gasly, companheiro de Ocon, completou o pódio em um resultado surpreendente para a Alpine. O desempenho da equipe foi um dos pontos altos do GP, ninguém podia sonhar que dois pilotos da Alpine terminariam no pódio ao lado de Max, mostrando resiliência e competência, mesmo enfrentando uma temporada cheia de dificuldades.
Charles Leclerc, por outro lado, fez uma corrida consistente para a Ferrari e brilhou ao desafiar Verstappen, segurando o ritmo do holandês por um bom tempo antes de cometer um deslize. Max ressaltou na coletiva após a corrida que Leclerc é o único competente que pode segurá-lo na pista.
Enquanto Russell e Leclerc destacavam-se pela habilidade e determinação, Lando Norris novamente decepcionou. Mesmo partindo da pole, Norris não conseguiu manter o ritmo, como sempre. O britânico ainda tentou uma reação, mas acabou cometendo erros que o fizeram perder posições importantes, e por mais que possuísse o melhor carro, ele demonstrou outra vez o erro da McLaren na escolha do piloto número 1.
Seu desempenho foi visto como mais um reflexo de uma temporada instável, falta de personalidade em pista e de atitudes desrespeitosas com seus companheiros. De forma arrogante, Norris terminou mencionando que Max não tem talentos, só tem sorte. O piloto parece não conseguir vencer sem a ajuda de seu companheiro Oscar Piastri que apesar de ter se mostrado forte e bem mais capacitado, teve que entregar sua posição de primeiro lugar na corrida SPRINT pelas reclamações constantes de Lando com a equipe pelo rádio.
Oscar Piastri comentou de forma respeitosa que não tinha muito o que fazer, pois não tinha ritmo para lidar com Max, ressaltando a falta de desempenho de seu carro em meio a pista molhada e destacou que Verstappen foi o único capaz de andar bem com o carro e fazer as ultrapassagens, ele completou dizendo que Max foi rápido e sortudo. Uma colocação totalmente diferente de seu companheiro, que ainda parabenizou Verstappen no Instagram com ironia e apagou logo depois.
No final, o GP de São Paulo entregou uma das corridas mais emocionantes do ano, recheada de performances impressionantes e um desfecho digno dos melhores momentos da Fórmula 1, que só poderia ter acontecido em Interlagos.
Com Verstappen a um passo do tetracampeonato, a próxima disputa em Las Vegas promete ser palco de uma consagração histórica. E querendo ou não, o mundo estará atento, esperando mais um show do holandês que parece destinado a se tornar uma lenda viva da categoria, acompanhado de seu coadjuvante, Lando Norris.
Alpine representa a equipe francesa no pódio pela primeira vez em mais de quatro décadas
Dois pilotos franceses, Pierre Gasly e Esteban Ocon, representando a equipe francesa Alpine, subiram ao pódio juntos pela primeira vez em mais de 40 anos. O último pódio com uma configuração parecida foi em 1982, quando René Arnoux e Alain Prost conquistaram uma dobradinha pela Renault no GP da França.
A etapa no Brasil, palco de seis vitórias de Prost, reviveu memórias para Gasly e Ocon, que são amigos desde os tempos de kart, embora tenham se afastado pela rivalidade ao longo das carreiras. Para Ocon, esse momento de união simboliza uma “bonita história” ao lado de Gasly, com quem compartilha muitas lembranças de competições na chuva e até na neve.
Em entrevista rápida, ‘Oconzinho’ que foi apelidado carinhosamente pelos brasileiros, demostrou a felicidade com o P2 inesperado: “Ainda não sei se isso é real, mas estou cheio de campanhe, então deve ser. Foi incrível. (…) Quem imaginaria, primeiro, que largaríamos no quarto lugar. Fomos realmente rápidos nessas condições, realmente nivelou o grid.”
Esteban Ocon, que está de partida da equipe para dar lugar a Jack Doohan em 2025, se despendiu em grande estilo e mencionou que era exatamente como Ayrton Senna dizia: “A chuva coloca todos os carros no mesmo patamar, mas não os pilotos. A chuva mostra para o telespectador quem são os verdadeiros pilotos.”
Veja como ficam os pontos da F1 depois do GP de Interlagos
Mundial de Pilotos:
1. Max Verstappen (Red Bull) mantém uma vantagem sólida, liderando com 393 pontos. 2. Lando Norris (McLaren) segue na disputa com 331 pontos, consolidando-se como vice-líder. 3. Charles Leclerc (Ferrari) está em terceiro com 307 pontos. 4. Oscar Piastri (McLaren) vem em quarto, com 262 pontos. 5. Carlos Sainz (Ferrari) fecha o top 5, com 244 pontos. 6. George Russell e Lewis Hamilton (Mercedes) ocupam a sexta e sétima posições, respectivamente, com 192 e 190 pontos. 7. Sergio Pérez (Red Bull) tem 151 pontos. 8. Fernando Alonso (Aston Martin) vem em nono, com 62 pontos. 9. Nico Hülkenberg (Haas) completa o top 10 com 31 pontos.
Mundial de Construtores:
1. McLaren/Mercedes lidera com 593 pontos, mostrando grande consistência. 2. Ferrari está em segundo lugar com 557 pontos. 3. Red Bull/Honda RBPT ocupa a terceira posição com 544 pontos. 4. Mercedes segue em quarto com 382 pontos. 5. Aston Martin/Mercedes é a quinta colocada, somando 86 pontos.
