O Brasil lamenta a morte de Silvio Santos, um dos maiores nomes da televisão nacional, aos 93 anos. De camelô no Rio de Janeiro a dono do SBT, Silvio Santos construiu um império na comunicação. Nascido como Senor Abravanel, começou sua carreira como camelô no Rio de Janeiro, mas seu carisma e visão o levaram a fundar o SBT, consolidando-se como um dos maiores comunicadores do país.
O “Programa Silvio Santos”, que ele apresentou por mais de 60 anos, se tornou um ritual dominical para milhões de brasileiros. Seus quadros icônicos, como “Show do Milhão” e “Qual é a Música?”, marcaram a história da TV brasileira e atravessaram gerações, mantendo-o como um dos apresentadores mais queridos do país.
Além do sucesso na televisão, Silvio aventurou-se na política em 1989, quando se candidatou à presidência da República. No entanto, sua candidatura foi barrada por questões legais, e ele rapidamente retornou ao seu verdadeiro palco: a televisão.
Silvio Santos, sua trajetória de sucesso
Com sua irreverência, Silvio Santos conquistou os lares brasileiros. Quem nunca assistiu ao “Topa Tudo por Dinheiro” e, o domingo só acabava quando o programa chegava ao fim. Como bem disse a música “Domingo”, do grupo Titãs, em uma das frases da música,“… é dia de descanso, Programa Silvio Santos”.
- Leia Mais: Silvio Santos: morre aos 93 anos o maior ícone da TV brasileira, vítima de broncopneumonia
Senor Abravanel, seu nome de batismo, nasceu em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Alberto e Rebeca, seus pais de origem judia, Senor era o mais velho de cinco irmãos.
Na juventude, estudou contabilidade e, para ganhar algum dinheiro, trabalhava como camelô no Rio de Janeiro. Entre as mercadorias que vendia, estavam canetas e capas de plástico para títulos de eleitor nas eleições de 1946.
Quanto completou 18 anos, Senor serviu o Exército na Escola de Paraquedistas e, para se manter, ele trabalhava fazendo pequenas locuções de rádio aos domingos em uma rádio também no Rio de Janeiro. Quando completou a obrigatoriedade no exército, continuou na rádio como locutor e vendador de anúncios.
Manuel da Nóbrega possuía uma empresa que se chamava “Baú da Felicidade”, que Silvio Santos assumiu em 1958, o que proporcionou a ele vender os seus carnês em shows de circo e, no mesmo ano, com o “Hit Parade” na TV Paulista, ele estreia o seu primeiro programa de televisão.
Sua carreira vem em franca expansão, quanto em 1975 ele vence a concorrência ao comprar o Canal 11, no Rio de Janeiro, e posteriormente, vem a TVS, sendo transmitida nas TVs Tupi e TVS do Rio, não parando por aí. Em 1981, entra no ar o SBT e o “Programa Silvio Santos” sua principal atração.
Na grade de programação, outros programas como “Domingo no Parque”, “Porta da Esperança”, “Show de Calouros”, “Qual é a Música?” também fizeram parte de momentos inesquecíveis na carreira do apresentador.
Silvio Santos entre o sequestro da filha e problemas com suas empresas
Em 2001, Silvio enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua vida com o sequestro de sua filha Patrícia Abravanel. O episódio ganhou grande repercussão nacional, com Silvio sendo mantido refém por horas em sua própria casa. A situação foi resolvida, mas o impacto emocional foi profundo.
No ano de 2010, um rombo bilionário em uma das empresas do Grupo Silvio Santos foi descoberto no Banco PanAmericano e, mais tarde, sete ex-diretores foram condenados pela fraude, em 2018. Sílvio Santos vendeu o PanAmericano para o BTG Pactual, no ano de 2011.
Silvio Santos deixa um legado inigualável na comunicação brasileira. Sua trajetória é um exemplo de superação e empreendedorismo, e sua influência permanecerá viva na memória coletiva do Brasil. Além de ser um grande comunicador, ele foi um empresário visionário, que transformou o entretenimento televisivo no país. Silvio deixa seis filhas, 14 netos e uma legião de fãs que sentirão profundamente sua ausência.
