O impacto causado pela alta do dólar neste ano vai pressionar a inflação, o que vai ocasionar nas famílias uma baixa no consumo em suas casas, é o que falam especialistas. A tendência é que a soma de três pontos específicos possa pesar e que a alta de preços no segundo semestre seja inevitável.
Segundo o “g1”, o dólar desvalorizou o real em 14,75% este ano, piora na safra agrícola deste ano comparada com 2023 e as tragédias das enchentes no Rio Grande do Sul.
Explicar o que está acontecendo com a valorização do dólar se faz necessário neste primeiro momento, pois os fatores que justificam a alta refletem tanto em fatores dentro do país como fora dele. Há alguns fatores em questão, que podem ser enumerados e isso tem início no final de maio, quando a moeda americana acumulou um patamar de 6% em relação ao real.
Controlar as contas públicas é uma grande preocupação dos analistas e isso vem logo no começo do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A maior questão neste sentido,é quanto a equipe econômica pode ter total poder com os cofres do governo.
Dados divulgados pelo Banco Central apresentaram um déficit primário de R$ 63,9 bilhões
No segundo resultado para o mês de maio, este foi o pior da história. Dados que foram divulgados pelo BC mostram que as contas do setor público tiveram um déficit primário na casa de 63,9 bilhões, o que demonstra que as receitas com os impostos ficaram abaixo das despesas, não considerando os juros da dívida pública.
Depois que medidas que foram implementadas pelo governo para entrar em equilíbrio nas contas, a arrecadação até obteve uma alta no começo do ano, mas a crise voltou e o acumulado dos cinco primeiros meses acarretou um déficit d R$ 2,6 bilhões, ou 0,06% do PIB que, em contrapartida, no mesmo período do ano de 2023, o resultado foi positivo em R$ 28,5 bilhões, 0,65 do PIB.
A tentativa de se encontrar uma brecha no orçamento para um corte de gastos obrigou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a correr contra a maré, pois a preocupação crescente com as contas públicas está colocando em polvorosa o mercado financeiro.
Quarta-feira, 03/07, Lula afirmou que “responsabilidade fiscal é compromisso”, e ele ainda ressalta que o governo “não joga dinheiro fora”. Mesmo dando este recado, acabou não convencendo, pois em momentos anteriores, ele falou que existe a necessidade de avaliar “se a saída é o corte de gastos ou um aumento na arrecadação”.
Também um grande incômodo que está tendo grande repercussão na mídia e no mercado, são as constantes críticas do presidente Lula em relação ao BC. O patamar de juros do país e a condução monetária conduzida por Roberto Campos Neto, que se tornou um discurso diário de Lula, estão trazendo grande preocupação para o mercado financeiro em quem vai ter o poder de comando na nova gestão do Banco Central.
Com a saída de Roberto Campos Neto, o governo pode respirar?
O mandato de Campos se encerra no final de 2024 e o governo indicará um novo nome. Investidores estão temerosos, pois uma nova diretoria que opte por uma condução muito livre com interferências políticas podem levar estes gestores a trabalhar com juros menores na economia, e com isto, uma alta inflacionária.
Muitos investidores estão apostando na alta do dólar para proteger sua carteira de investimentos, forçando a valorização da moeda e reduzindo o poder do real.