Na noite de sábado, 14 de setembro, o Rock in Rio teve seu segundo dia encerrado com a apoteótica apresentação da renomada banda Imagine Dragons, liderada pelo carismático vocalista Dan Reynolds. O grupo norte-americano, amplamente aclamado pelos admiradores brasileiros, subiu ao palco Mundo à meia-noite com notável pontualidade, contrastando com o atraso significativo da atração principal da noite anterior, Travis Scott. “Eu amo os cariocas. Amo o Brasil”, declarou Reynolds com intensidade emocional antes de entoar o famoso single Thunder, cuja recepção por parte do público foi imediata e arrebatadora, ecoando cada verso com vigor contagiante.
A apresentação ganhou ainda mais intensidade quando, apenas oito minutos após o início, o vocalista, em um gesto provocativo que levou o público ao delírio, retirou a camisa. Envolto na bandeira brasileira, Dan seguiu sua apresentação permeada por manifestações de carinho ao país, reafirmando o vínculo íntimo que o grupo nutre com o Brasil.
Influências brasileiras e conexão pessoal
Dan Reynolds, filho de missionários mórmons, compartilhou anteriormente a influência que a cultura brasileira teve em sua vida desde a infância, quando sua família esteve em missão no Brasil. “Cresci com influências de músicas brasileiras. Lembro de meu pai comprando guaraná e nos levando a churrascarias brasileiras”, relembrou o vocalista em entrevistas passadas, destacando a profunda admiração que nutre pela cultura local.
A banda, que já havia se apresentado no mesmo festival em 2019 e retornado ao país no ano anterior com a “Mercury World Tour“, é uma velha conhecida do público brasileiro, especialmente daqueles que frequentam assiduamente o evento carioca. Em 2024, o Imagine Dragons volta aos palcos brasileiros para divulgar seu mais recente trabalho, o disco “Loom“, lançado em junho.
Apresentações memoráveis e interações íntimas
Durante a execução de “Radioactive“, um dos maiores sucessos da banda, Dan Reynolds protagonizou um intenso duelo instrumental com o baterista, elevando a energia do público a novos patamares. Já na tocante “Demons“, o vocalista ficou sozinho no palco, ao piano, criando um momento de intimidade singular. A apresentação foi encerrada com o icônico sucesso “Believer“, que coroou uma noite de pura devoção entre a banda e seus admiradores.
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O repertório da noite também trouxe novidades, com apresentações inéditas de faixas do novo disco, como “Take Me to the Beach” e “Nice to Meet You“, surpreendendo o público que, emocionado, retribuía o carinho com vigorosos aplausos e gritos apaixonados.
Devoção mútua e reflexões pessoais
Em diversos momentos, Reynolds fez questão de expressar o afeto mútuo que há entre a banda e o Brasil, enfatizando a importância do país para a carreira do grupo. “Vós estais conosco desde o início. Lembro da minha primeira apresentação no Rio como se fosse ontem. Devemos tudo a vós. Eu amo o Brasil, amo o Rio”, afirmou visivelmente emocionado.
Outro momento marcante ocorreu quando o vocalista, exibindo nas costas da mão um “X” que simboliza sua sobriedade, incentivou o público a buscar a prática da terapia, destacando a importância do autoconhecimento. “Isso faz de vocês pessoas mais sábias”, afirmou com firmeza, sendo aplaudido calorosamente. Demonstrando ainda mais sua empatia com causas sociais, Dan ergueu a bandeira com as cores da comunidade LGBTQIA+, reforçando seu compromisso com a inclusão e a diversidade.
Ao final da apresentação, emocionado pelos gritos apaixonados da plateia, Dan Reynolds, em muitos momentos, encontrou-se sem palavras, tocado pelo entusiasmo do público brasileiro. Passou grande parte do show cantando na passarela próxima aos admiradores, mantendo uma conexão íntima e visceral com aqueles que o acompanharam desde o início. “Obrigado por continuarem conosco”, agradeceu, encerrando uma noite inesquecível no festival carioca.